A
colheita da safra de uva no Rio Grande do Sul já atravessou
sua primeira fase e os resultados no que se refere a qualidade
da produção são extremamente animadores.
Segundo o diretor administrativo da Emater e presidente do
Comitê de Fruticultura da Metade Sul, Afonso Hamm."
As condições do clima no sul contribuíram
e o resultado já apareceu na qualidade da colheita.
Uma alta graduação glucométrica (açúcar)
registrada na uva desta safra, em média 14,95°,
chegando apontar em algumas regiões do sul até
16,27°, determinou uma uva de excelente qualidade, o que
proporcionará para 2004 uma ótima safra de vinho".
Nas
colheitas que já iniciaram em alguns municípios
da metade sul o clima é bem otimista com relação
a esta safra. Hamm comenta que as condições
climáticas têm favorecido os resultados da colheita.
"O controle de produção, a colheita cuidadosa
e seletiva, aliadas a melhor tecnologia de vinificação
resultam em vinhos de alta qualidade que devem chegar ao mercado
em 2004", afirma.
A
produção do país de uvas viníferas
na safra 2002 foi de 474,3 milhões de quilos, isso
representa um incremento de 10% com relação
a safra anterior, resultando em 324,9 milhões de litros
de vinho, sendo a maior parte (85%) para abastecer o mercado
interno. A produção sulista responde pelo grosso
da produção nacional, com o município
de Bento Gonçalves figurando como principal produtor
do estado, com uma produção de 153,4 milhões
de quilos de uva para fabricação de vinho e
90,5 milhões de uvas de mesa, segundo dados de 2002.
A
colheita esta dividida em duas fases onde as variedades viníferas,
branca e tinta são colhidas em períodos diferentes.
Na primeira fase da colheita, que vai até final de
janeiro, são colhidas as uvas brancas, As variedades
de viníferas brancas de produção mais
expressiva são: a Moscato Branco (13,8 milhões
de quilos em 2002), Riesling Itálico (3,8 milhões
de quilos), além da Sauvignon Blanc e Pinot Blanc,
produzidas em escala menor mas também utilizadas na
produção de vinhos brancos. As variedades tintas,
como Cabernet Sauvignon (4,7 milhões de quilos), Merlot
(5,8 milhões de quilos) e Cabernet Franc entre outras,
representam o grosso da produção que começa
a ser colhida a partir de fevereiro.
Para
os vitinicultores da serra gaúcha os resultados desta
safra do ponto de vista qualitativo é o melhor dos
últimos 5 anos. Carlos Abarzua, diretor da vinícola
Cave de Amadeu, considerou a safra 2002 como de excelente
qualidade. Dos 14 hectares plantados ele espera colher algo
estimado em 100 mil quilos, para produzir 70mil litros de
vinho, que serão consumidos no próximos ano.
Segundo Abarzua, nesta safra os produtores estão estimando
um déficit em produtividade de 25 a 30%, devido ao
excesso de chuva em algumas regiões no período
de floração, que afetou a formação
dos cachos, além de problemas patológicos como
o mídio fungo que ataca os vinhedos. "O controle
fitoterápico das propriedades contribuiu para amenizar
as perdas", conclui.
O
diretor operacional da Vinícola Aurora, Carlos Anoto,
também analisou a safra 2002 como de ótima qualidade,
porém com um perfil um pouco diferenciado do ano passado.
A vinícola Aurora produz anualmente 48 mil toneladas
em média, para produzir 36 milhões de litros
de vinho. Deste total de produção 35% são
vitiviníceras Européias o restante vitiviníceras
lambruscas e ibridas americanas. O custo de produção
por ha/ano para a Aurora é de R$ 12 mil para viníceras
nobres e R$ 9 mil para vite lambruscas. A media de preços
pagos aos produtores varia de R$0,80 à R$1,40 o quilo.
|