Os
búfalos foram trazidos para a fazenda a partir de 1953
pela Secretaria de Agricultura - quando o Estado ainda era
Território - com a finalidade de atender as necessidades
de carne, leite e trabalho da população ribeirinha
do rio Guaporé. Adaptados às condições
locais e em estado selvagem, os búfalos das raças
"Carabao" e "Jafarabadi" competem desigualmente
com espécies da fauna e flora nativas. Na reserva,
vive também o cervo-do-pantanal, animal ameaçado
de extinção.
Desde
o ano passado, a Embrapa e o Ibama desenvolvem o projeto denominado
"Búfalos Selvagens da Rebio do Guaporé
- RO", com o objetivo de efetuar o levantamento do rebanho
e verificar a relação dos búfalos com
o meio ambiente. A equipe do projeto também é
composta por consultores especializados no manejo de búfalos
e por moradores da região que conhecem o hábito
de vida dos animais.
A
contagem será feita a partir desse por amostragem aérea,
em conjunto com pesquisadores da Embrapa Pantanal. Os especialistas
também irão coletar amostras de solo e da flora,
verificando a capacidade de oferta de alimento para o rebanho
e os impactos causados no meio ambiente nestes mais de 20
anos de convivência. Amostras de tecido animal irão
determinar ainda quais doenças atacam o rebanho e o
potencial genético dos búfalos para a produção
de leite e carne. A população de cervos-do-pantanal
também será contada no mesmo projeto.
De
acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia e coordenador
do projeto "Búfalos Selvagens da Rebio do Guaporé
- RO", Ricardo Gomes de Araújo Pereira, a realização
de um seminário este mês, reunindo pesquisadores
e os próprios moradores da região irá
apresentar fundamentos teóricos e relatar experiências
sobre a permanência dos búfalos na reserva, oferecendo
possibilidades para um futuro aproveitamento de animais jovens
na demanda de carne, leite e trabalho da população
local.
"É
essencial a participação de empresários,
autoridades políticas, ONGs e a própria população
para definirmos nossas ações sobre o futuro
dos animais", descreve.
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