Esse
parece ser o caso das cercas elétricas, que vem apresentando
grande procura no mercado, destacando-se como uma ferramenta
utilizada dentro do sistema de rotação de pastagens.
Entre as inúmeras vantagens da utilização
de cercas elétricas, está o uso bem menor de
fios de arame e o distanciamento maior entre os mourões.
Enquanto no sistema tradicional é necessário
um mourão a cada dois metros, no sistema de cercas
elétricas utiliza-se um mourão a cada 15 metros.
Só nessa questão a economia pode chegar a 15%
do custo, ultrapassando os 20% numa comparação
mais completa.
Os
técnicos, porém, costumam evitar estas comparações
entre os dois sistemas, já que, em regra geral, são
produtos destinados a usos diferentes, ou seja, em alguns
casos, não há como substituir a velha cerca
convencional pela cerca elétrica.
Outra vantagem no uso de cercas elétricas é
a demanda menor por mão de obra, consequência
também do sistema de pastejo rotacionado, que permite
maior aproveitamento de área e melhor controle do que
o gado come. A flexibilidade no uso do equipamento faz com
que a cerca elétrica caia como uma luva para a rotação
de pastagem.
A manutenção também é um item
que pesa a favor das cercas elétricas, exigindo apenas
o corte do pasto próximo a cerca, a fim de impedir
que o capim afete o aterramento.
Mecanismo
simples
O
sistema é formado por um eletrificador (equipamento
que gera um choque elétrico de alta tensão,
porém, de baixa corrente) e uma bateria para alimentação
que pode ser carregada por uma placa de energia solar ou elétrica.
A tensão que percorre a cerca deve ser de, no mínimo,
3 mil volts, pois menos que isso o animal não respeita.
Vale lembrar, entretanto, que o choque não machuca,
somente assusta os animais. Problemas na utilização,
só com produtos mal instalados ou de baixa qualidade.
A atenção a qualidade dos equipamentos pode
evitar dissabores desnecessários. O pesquisador da
Embrapa Gado de Corte Marcelo Ramos de Almeida alerta, por
exemplo que, se um sistema, ligado a uma alimentação
comum no campo, de 220 volts não tiver os componentes
internos de qualidade, pode ocasionar a queima do transformador
interno e transferir a tensão e a corrente da rede
pública a toda a cerca, o que poderia provocar grande
prejuízos, até com a morte de animais. Isso
poderia ocorrer também em equipamentos com problemas
de fabricação sobretudo no isolamento do sistema.
O técnico aconselha o pecuarista a estar atento a procedência
do equipamento e o histórico do fabricante.
As fugas de energia, provocadas pela má instalação
ou pela baixa qualidade do equipamento, também podem
ocasionar queda de tensão. As improvisações,
tão comuns no Brasil por conta da falta de hábito
do pecuarista com o uso desse tipo de equipamento, pode por
em xeque a eficácia do sistema.
A cerca elétrica ideal é aquela que, com o mínimo
de materiais, obtém o máximo controle dos animais.
O mercado de cercas elétricas no Brasil cresce na ordem
de 10% a 20% ao ano, isso num país que conta com aproximadamente
150 milhões de cabeças de gado e com grandes
possibilidades de ser o principal fornecedor mundial de carne
bovina do século XXI.
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