Mas
em alguns itens, as normas recuaram em relação
a uma série de discussões prévias travadas
por toda a cadeia, permitindo que eles ficassem aquém
das exigências da certificação isso. As
determinações para tanques de resfriamento são
um dos casos. Elas beneficiaram, por exemplo, vários
modelos fabricados de tanques com pontes internas. Ocorre
que estes, assim concebidos, têm sua higienização
bastante dificultada, por problemas de acesso.
Tais
equipamentos, de acordo com Barend Jongann, gerente de produto
da DeLaval, "podem comprometer a qualidade do leite,
quanto ao atendimento de exigências por menores índices
de contaminação por bactérias".
Então, de saída, o produtor que pretende adquirir
um tanque, deve, além de ter bem dimensionado seu projeto
de produção, para saber qual a capacidade do
equipamento a escolher; também observar que tipo de
leite quer produzir e se deve atender somente as exigências
das normas técnicas do Ministério da Agricultura
ou também as da certificação iso. Em
todo o processo, a orientação de técnicos
qualificados, inclusive do setor fabricante, é de extrema
importância, de modo que os produtores evitem ao máximo
o prejuízo e assegurem o retorno do investimento.
No auto dimensionamento, o produtor deve ter em mente não
só quantos litros produz, mas também quantos
quer produzir. Se a produção atual está
em 800 litros, mas o projeto prevê um salto para 1,6
mil litros, a médio prazo, o produtor deverá
investir em um equipamento com capacidade para atender a meta
e não a produção atual; pois os bons
tanques possuem uma vida útil bastante extensa e seria
um prejuízo torná-los insuficientes em um curto
espaço de tempo. Da mesma forma, o equipamento deverá
ter capacidade para armazenar e resfriar de duas a quatro
ordenhas, dependendo do regime de produção da
fazenda. Exemplificando, em caso do produtor ordenhar 1,2
mil litros diários e coleta for procedida a cada 48
horas, o tanque deverá ter capacidade para 2,8 mil
litros; lembrando que nenhuma das ordenhas pode ocupar menos
de 10% do reservatório, já que um volume menor
poderia ser resfriado de for inadequada, prejudicando a qualidade
do leite, ou ainda danificar o equipamento.
Uma vez dimensionada a capacidade necessária ao tanque,
o produtor deve estar informado sobre quais modelos atendem
a Instrução Normativa Nº 51, de modo que
ele possa estar inserido no Programa Nacional de Qualidade
do Leite. Ou ainda, quais equipamentos atendem até
as normas de certificação isso, que são
mais exigentes, mas podem conferir um diferencial de remuneração
ao produto, em determinados mercados. Mas as mínimas
exigências demandam que os tanques suportem uma temperatura
ambiente de 32ºC, bastante freqüentes em termos
de Brasil. Ocorre porém, que pelas normas, flexibilizadas
para que regiões do País com menor disponbilidade
de recursos possam acertar o passo e se enquadrar, esta temperatura
exigida assim como outras especificações, são
condicionadas ao local onde o produtor está.
A relação altura e diâmetro, além
do movimento adequado das pás que movimentam o leite
é que determinam a capacidade de proteger o volume
interno da temperatura externa. As normas almejam tolerância
de variação de temperatura para cima de até
1,2ºC, em um período de quatro horas. Já
para o tempo que o leite precisa para ser resfriado a 4ºC,
a exigência é de que o processo físico
ocorra em no máximo 180 minutos. Mas este é
mais um caso onde dependendo da região onde a fazenda
está, o produtor tem ainda um tempo para se adequar.
Vale a pena conferir diretamente as informações.
A dica é de Fernando Costa Sampaio, da Westfalia.
O fundo e as paredes do tanque também são decisivos
para o bom funcionamento. No que diz respeito ao fundo, é
nele que estão as placas ou a serpentina de resfriamento
- local onde circula o gás, responsável por
resfriar o leite.o tipo e a qualidade da solda já são
diferenciais. Os tanques que dispõem de placas são
considerados os mais eficientes. Normalmente, são eles
também que se valem da solda a laser, que oferece maior
durabilidade que a convencional, pois é muito mais
resistência à ação do oxigênio
e outros elementos que provocam a oxidação -
deterioração física do metal. Quanto
as paredes, a avaliação deve recair sobre a
espessura. No mercado há equipamentos que variam de
2,5cm a 5cm. Aqueles com paredes mais espessas e que apresentam
polioretano injetado no revestimento, ao invés de isopor,
são os mais aconselháveis.
Outro detalhe importante a ser considerado, ainda mais em
tempos de energia cara, é o consumo de eletricidade
ou qualquer outro combustível. A boa concepção
tecnológica do tanque implica em maior eficiência
no resfriamento e, conseqüentemente, no menor consumo
de energia para efetuar sua função. A tecnologia
ainda é determinante na vida útil do equipamento,
pois determinará maior ou menor desgaste dos componentes,
por exemplo, do compressor. Quantos mais horas ele trabalhar,
menor será sua vida útil e maior será
seu consumo de energia. Às vezes, o diferencial da
conta de eletricidade, em poucos meses, é o suficiente
para pagar o investimento em um tanque que dispõe de
tecnologia mais avançada. É só fazer
as contas.
Outros pontos como prazo de garantia e assistência técnica
são relevantes, ainda que quase todas as empresas fabricantes
ou revendedoras ofereçam bom trabalho neste item. De
qualquer forma, a distância para a propriedade e a quantidade
de técnicos em serviço são decisivas
na hora de evitar prejuízos. Além disso, a disponibilidade
de peças e o trabalho de pós-venda, como orientação
de funcionamento, são indispensáveis na obtenção
de bons resultados e a plena satisfação do produtor.
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