São
elas: a BRS 211, indicada para a região das Missões,
no Rio Grande do Sul; a BRS 212, BRS 213, BRS 214 e BRS 215,
indicadas para a região do Paraná; a BRS 216,
especial para a produção de "natto",
cerca de 43% de proteína; a BRS Rosa, indicada para
cultivo em Goiás e no Distrito Federal; a BRS Barreiras,
para cultivo no Estado da Bahia, desenvolvida em colaboração
com a Fundação Bahia; a BRSGO Luziânia,
para Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Minas Gerais,
Mato Grosso e Bahia, e para semeadura no mês de novembro,
em solos de média a alta fertilidade; e a BRSGO Paraíso,
indicada para semeadura em novembro, em solos de média
a baixa fertilidade, no Distrito Federal e nos Estados de
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e da Bahia.
Além
dessas, a Embrapa lançou este ano cultivares de soja
desenvolvidas exclusivamente para as condições
de cultivo do Estado de Roraima. Fazem parte deste rol de
cultivares de ponta a Embrapa 63 (Mirador), MGBR-46 (Conquista),
BRS Pati, BRS Samambaia, BR/Emgopa-314 (Garça Branca),
BRS Parnaíba, BRS Tracajá, BRS Boa Vista e a
BRSMG-Nova Fronteira.
Destas,
as mais recomendadas para o Estado, conforme o pesquisador
da Embrapa Roraima, Boa Vista-RR, Vicente Gianluppi, são
as BRS Samambaia, Tracajá e a Boa Vista.
A
BRS Samambaia é uma cultivar resistente às doenças
do cancro da haste, mancha conhecida como "olho-de-rã",
e pústula bacteriana, sendo recomendada pela Embrapa
para solos adequadamente corrigidos. A cultivar BRS Tracajá
foi recomendada para o Estado devido ao tipo de crescimento
determinado, boa resistência ao acamamento e à
deiscência de vagens, alta qualidade fisiológica
de sementes, altura média de planta de 75 centímetros,
além de obter uma produtividade média de 3.706
quilos por hectare (Kg/ha). Esta cultivar é indicada
para áreas novas de lavrado após a correção
da fertilidade. Além disso, a BRS Tracajá é
resistente ao nematóide de cisto - a mais séria
doença da soja brasileira. Na safra passada, cerca
de 1,7 milhão de hectares foram seriamente prejudicados
por esse verme microscópico que penetra nas raízes
da soja, causando a morte da planta. As cultivares BRSMT Matrinchã,
BRSMT Piraíba, BRSMT Caxara, desenvolvidas pelos pesquisadores
da Embrapa Soja e da Fundação Mato Grosso, também
são ao nematóide de cisto.
A
outra cultivar de ponta recomendada pela Embrapa, a BRS Boa
Vista, tem ciclo curto, tipo de crescimento determinado, boa
resistência ao acamamento e a deiscência de vagens,
boa qualidade de sementes, altura média de planta de
65 centímetros e uma produtividade em torno de 3.876
Kg/ha. De acordo com o pesquisador, estas cultivares têm
alta produtividade, pois a média brasileira não
passa de 2.700 Kg/ha.
Gianluppi ressalta que de todas as tecnologias recomendadas
para a cultura da soja, a que representa menor custo e facilidade
de adoção é a escolha correta da cultivar,
pois nenhuma prática cultural adotada pelo produtor
irá elevar a produtividade além daquela imposta
geneticamente pelo material cultivado.
O
produtor deve considerar para a escolha da cultivar a área
do cultivo, as características agronômicas desejáveis,
o potencial produtivo e a estabilidade de produção.
Também deve observar a resistência da cultivar
com relação à resistência a doenças
e principalmente estar sempre buscando informações
de novas cultivares que estão sendo lançadas
no mercado por órgãos de pesquisa. Para Gianluppi,
a Embrapa Roraima está sempre ampliando suas pesquisas
para atender a demanda dos produtores do Estado e de outras
regiões com objetivo de que estes consigam impulsionar
o desenvolvimento sustentável de Roraima por meio de
agricultura forte.
A cultivar BRS Nova Fronteira leva este nome para homenagear
os pioneiros e desbravadores da última fronteira do
país, os nossos lavrados, explica Vicente Gianluppi.
Já a BRS Tracajá recebeu este nome para reverenciar
um tipo de quelônio existente no Estado e a Boa Vista
lembrar a capital.
Em 27 anos, foram desenvolvidas 177 cultivares de soja. As
pesquisas desenvolvidas pela Embrapa garantiram a independência
tecnológica brasileira nessa cultura. Para se ter uma
idéia, na safra 2001/2002 a área plantada com
soja, no Brasil, o segundo maior produtor mundial, subiu de
13,7 milhões de hectares para cerca de 15,5 milhões.
Além de ser fonte de alimento, a cultura da soja promove
a geração de empregos em toda a cadeia produtiva.
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