Na
opinião de José Eduardo Anzaloni, presidente
da Confederação das Federações
de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), o mercado
"será muito bom para as ciências agrárias.
Afinal, o Brasil é o celeiro do mundo".
Atualmente,
o Brasil possui 120 mil engenheiros agrônomos. Desse
total, 40 mil estão concentrados em São Paulo;
20 mil, em Minas Gerais; 15 mil, no Paraná; 12 mil,
em Mato Grosso;12 mil, em Mato Grosso do Sul; e 12 mil, em
Goiás.
O
restante espalha-se pelo país e pólos importantes
estão localizados no Ceará, Maranhão,
Bahia e Pernambuco. O Rio Grande do Sul registra aproximadamente
cinco mil agrônomos, já que grande parte migrou
para o Centro-Oeste. Santa Catarina detém cerca de
quatro mil agrônomos, maior parte dos quais na área
de cultivo de maçã.
Grande parte dos agrônomos trabalha como funcionário
público, em órgãos como Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Agronômico
e Campinas (IAC), Instituto Biológico, Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral (CATI), Secretarias
de Agricultura e demais órgãos dos Estados.
Anzaloni explica que, ao longo dos últimos 20 anos,
a situação sofreu modificações,
em função do enfoque do agronegócio.
"Antes, o agrônomo ficava atrás da porteira.
Hoje, fica pós-porteira", explica. Isso permite
trabalho como funcionários públicos, autônomos,
em empresas e como empreendedores, os que ficam em suas próprias
propriedades.
Anzaloni afirma que o perfil da profissão também
sofreu alterações. Antes, o agrônomo era
responsável por gradear a área, plantar e colher.
Hoje, além dessas obrigações, ele cuida
também do meio ambiente e da comercialização
dos produtos.
Essa alteração implicou em interesses por novas
áreas, como paisagismo, por exemplo. A busca por especialização,
por sua vez, também cresceu. O agronegócio é
a mais procurada, entre 40% e 50% dos alunos recém-formados.
Em segundo lugar vem o meio ambiente, com cerca de 25% dos
formandos. Irrigação, responde por 40% da procura
no Nordeste. E parques e jardins, com 5%.
As especializações em gado de corte e leite
são poucas. A área de corte foi assumida por
veterinários. E o leite, em função da
baixa remuneração cedeu espaço para novidades
como o ecoturismo, cada vez mais intenso em São Paulo,
Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Ceará,
Amazonas e Pernambuco.
Esse crescimento ocorre em função da abertura
de mercado e do fato de "a agropecuária crescer
mesmo sem ter política específica", explica
ele. Anzaloni garante que parte dos alunos que se formam fica
nas faculdades e atua como professores. Cerca de 15% fazem
pós-graduação. Há 20 anos, apenas
5% faziam mestrado e doutorado. Aproximadamente 10% e 12%
dos formandos não permanecem na área agronômica
ou ficam em fazendas próprias. E o restante trabalha
como agrônomo nas diversas opções da profissão.
Ano a ano cresce o número de formandos, na base de
6.392 alunos. Atualmente, aumentou em 30% o número
de mulheres que buscam o curso, se comparado há 20
anos. O Brasil possui 87 cursos de agronomia. Desse total,
30 estão no Sudeste; 25, no Sul; 14, no Nordeste; 12,
no Centro-Oeste e seis, no Norte.
O primeiro curso brasileiro foi criado na Escola de Agronomia
da Universidade Federal da Bahia, em 1 de novembro de 1859.
O segundo, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
da Universidade Estadual de São Paulo, em 18 de março
de 1901. E o terceiro, na Escola de Agronomia Eliseu Maciel
da Universidade Federal de Pelotas, em 18 de maio de 1918.
Os cursos tem cinco anos de duração.
Rigoroso, Anzaloni garante que o sucesso do profissional consiste
em apresentar os conhecimentos agronômicos, conhecer
outra língua e informática.
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