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A HORA DA VOLTA POR CIMA
rev 58 - outubro 2002

Também contribuiu para a normalização do mercado a redução do valor de pauta - de R$ 1,25 para R$ 1,05 e depois para R$ 0,56 - facilitando a venda de suínos vivos para outros Estados. Santa Catarina exporta cerca de 600.000 animais vivos por ano (a maior parte para São Paulo), mas estava perdendo espaço para outros Estados. A redução do valor de pauta aumentou a competitividade.

A Faesc, a Ocesc e a Secretária destacaram que o excesso de suínos no mercado ocorreu pelo forte crescimento da base produtiva em todo o País. No Centro Oeste essa expansão foi 52%, no Rio Grande do Sul 23%, no Paraná 20% e em Santa Catarina 9%. Santa Catarina, que detém a suinocultura mais tecnificada do país, deve fechar o ano com 712.000 toneladas da equivalente carcaça, resultante do abate de 8,5 milhões de suínos - cerca de 26% da produção nacional.

Os indicadores de que a fase de superoferta acabou estão no alívio da pressão dos criadores, no abate de animais de menor peso (a média baixou de 94 Kg para 82 kg) e na diminuição dos estoques de animais terminados nas propriedades rurais. Além disso, a agroindústria concedeu o primeiro reajuste de preço do ano nesta semana. Em 2003, a produção não terá redução acentuada, mas o mercado estará mais ajustado. "As indústrias procurarão novos mercados consumidores dentro e fora do Brasil", prevê Pedrozo.

Embora esteja prevista para encerrar no dia 12, a campanha de venda maciça de carne suína a preços altamente acessíveis continuará, adiantou o Secretário Otto Kiehn, mas com novo formato: terá caráter permanente e em lugar da grandes indústrias, terá a presença majoritária dos pequenos abatedouros catarinenses. Nesses 20 dias em que a campanha está em vigor, o consumo de carne suína em Santa Catarina já foi incrementada em 30%.

Abastecimento

A maior preocupação da Secretaria, da Ocesc e da Faesc é o suprimento de milho e soja, principais insumos para alimentação dos plantéis. O dois produtos estão escassos e o preço explodiu, encarecendo os custos de produção. O déficit de milho neste ano chegou a 1,6 milhão de toneladas, mas o cenário do próximo ano deve ser melhor. A Secretaria distribuiu 300.000 sacos de sementes de milho e prevê aumento da produção para que, em 2003, o déficit baixe para 900 mil toneladas.

O governo suspeita que haja uma razoável quantidade de milho em armazéns particulares, sendo drenados para o mercado de forma especulativa porque o "cereal está caro e escasso mas ainda existe".


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