Também
contribuiu para a normalização do mercado a
redução do valor de pauta - de R$ 1,25 para
R$ 1,05 e depois para R$ 0,56 - facilitando a venda de suínos
vivos para outros Estados. Santa Catarina exporta cerca de
600.000 animais vivos por ano (a maior parte para São
Paulo), mas estava perdendo espaço para outros Estados.
A redução do valor de pauta aumentou a competitividade.
A Faesc, a Ocesc e a Secretária destacaram que o excesso
de suínos no mercado ocorreu pelo forte crescimento
da base produtiva em todo o País. No Centro Oeste essa
expansão foi 52%, no Rio Grande do Sul 23%, no Paraná
20% e em Santa Catarina 9%. Santa Catarina, que detém
a suinocultura mais tecnificada do país, deve fechar
o ano com 712.000 toneladas da equivalente carcaça,
resultante do abate de 8,5 milhões de suínos
- cerca de 26% da produção nacional.
Os indicadores de que a fase de superoferta acabou estão
no alívio da pressão dos criadores, no abate
de animais de menor peso (a média baixou de 94 Kg para
82 kg) e na diminuição dos estoques de animais
terminados nas propriedades rurais. Além disso, a agroindústria
concedeu o primeiro reajuste de preço do ano nesta
semana. Em 2003, a produção não terá
redução acentuada, mas o mercado estará
mais ajustado. "As indústrias procurarão
novos mercados consumidores dentro e fora do Brasil",
prevê Pedrozo.
Embora esteja prevista para encerrar no dia 12, a campanha
de venda maciça de carne suína a preços
altamente acessíveis continuará, adiantou o
Secretário Otto Kiehn, mas com novo formato: terá
caráter permanente e em lugar da grandes indústrias,
terá a presença majoritária dos pequenos
abatedouros catarinenses. Nesses 20 dias em que a campanha
está em vigor, o consumo de carne suína em Santa
Catarina já foi incrementada em 30%.
Abastecimento
A maior preocupação da Secretaria, da Ocesc
e da Faesc é o suprimento de milho e soja, principais
insumos para alimentação dos plantéis.
O dois produtos estão escassos e o preço explodiu,
encarecendo os custos de produção. O déficit
de milho neste ano chegou a 1,6 milhão de toneladas,
mas o cenário do próximo ano deve ser melhor.
A Secretaria distribuiu 300.000 sacos de sementes de milho
e prevê aumento da produção para que,
em 2003, o déficit baixe para 900 mil toneladas.
O governo suspeita que haja uma razoável quantidade
de milho em armazéns particulares, sendo drenados para
o mercado de forma especulativa porque o "cereal está
caro e escasso mas ainda existe".
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