O
El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal
das águas superficiais do Pacífico Equatorial
Oriental, desde a costa do Peru e Equador, podendo se estender
até o meio da bacia do Pacífico. O aquecimento
e posterior resfriamento, até que as águas voltem
às condições habituais, costuma durar
entre 12 e 18 meses. A evolução típica
do El Niño mostra que o fenômeno tem início
no final do primeiro semestre do ano, atinge a intensidade
máxima em dezembro, e enfraquece na metade do ano seguinte.
O fenômeno não apresenta um ciclo regular. Podem
se passar décadas sem a ocorrência do El Niño.
O
El Niño é um fenômeno oceânico.
As respostas da atmosfera a essa ocorrência são
a inversão da direção dos ventos e a
mudança na pressão atmosférica no Pacífico.
O fenômeno acoplado oceano-atmosfera chama-se El Niño-Oscilação
Sul, sendo essa última parte a resposta da atmosfera
às mudanças no oceano. Essa resposta pode se
medir através da pressão atmosférica
no Pacífico, representada pela chamada Oscilação
Sul.
Como conseqüência, há alteração
na distribuição de chuva e nebulosidade, além
de mudanças na temperatura, em países como Peru
e Equador. Esses são efeitos quase que diretos. Outros
resultados são anomalias climáticas indiretas
ao redor do globo, como as secas observadas na Amazônia
Oriental e Nordeste do Brasil, assim como a redução/enfraquecimento
da temporada de ciclones no Atlântico Norte.
Segundo a NOAA (Administração Oceânica
e Atmosférica Nacional - EUA), as observações
indicam um evento El Niño formado no Pacífico,
com alguns dos efeitos diretos já verificados no Pacífico,
como a chuva acima da média ocorrida nos últimos
meses na costa do Peru e Equador. Possíveis efeitos
secundários podem começar a ocorrer nesse semestre
ao redor do mundo. O El Niño 2002/2003 promete não
ser tão forte quando o de 1997/1998, embora o prognóstico
climático disponível até o momento não
permita definir, com precisão, a sua magnitude e duração
- verificando-se, no momento, somente a tendência de
será um evento fraco, com duração máxima
até o segundo semestre de 2003.
Segundo o meteorologista sênior do The Weather Channel,
Vinícius Ubarana, a tendência é de que
aconteçam secas no norte e leste da Amazônia.
Aumento da probabilidade de incêndios florestais, secas
no norte do Nordeste durante a estação chuvosa,
de fevereiro a maio, moderado aumento das temperaturas médias,
no Sudeste e precipitações abundantes, principalmente
na primavera, e chuvas intensas de maio a julho. Aumento da
temperatura média, no Sul do Brasil.
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