O
departamento de sementes, mudas e matrizes da Cati Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral sempre teve grande destaque com a produção
e comercialização de sementes de algodão. Já foi o
único autorizado no estado de São Paulo a vender essa semente. Com
o fim do monopólio, essa área começou a investir em outras
variedades, principalmente naquelas onde a iniciativa privada não tinha
muito interesse. Hoje, disponibiliza cerca de 20 tipos de sementes e 272 espécies
diferentes de mudas de essências florestais nativas e exóticas, frutíferas
silvestres e enxertadas de frutíferas comerciais. Para 2002, só
de sementes, serão disponibilizadas mais de 17 mil toneladas.
Para desenvolver esse trabalho, o departamento tem um orçamento anual de
12 milhões de reais. Na área sementes a CATI conta com 15 núcleos,
dos quais, dois são fazendas de produção (Ataliba Leonel,
em Manduri, com 3.500 hectares e Águas de Santa Bárbara, com 100
hectares), 11 unidades de produção, processamento e distribuição
(Aguaí, Avaré, Fernandópolis, Ibitinga, Itapetininga, Lucélia,
Paraguaçu Paulista, Ribeirão Preto, Santo Anastácio, São
José do Rio Preto e Taubaté) e duas unidades de produção
e processamento (Bauru e Araçatuba). Já a área de mudas contas
com seis núcleos, sendo cinco fazendas de produção (Itaberá
15ha, Marília 20ha, Perdeneiras 130ha, São
Bento do Sapucaí 100ha e Tietê 70ha) e uma fazenda
em fase de implantação em Presidente Prudente com 40 hectares.
A CATI possui ainda o Laboratório Central de Sementes e Mudas, localizado
em Campinas, que funciona como supervisor estadual nessa área, sendo referência
para o Mercosul e o único do Brasil filiado a ISTA, que é um organismo
internacional de regulamentação e análise de sementes, com
sede na Suíça. Conta com mais de 15 laboratórios distribuídos
em diversas regiões de são Paulo, desses, oito são credenciados,
oficialmente, pelo Ministério da Agricultura. Os laboratórios da
CATI atuam no controle da qualidade das sementes produzias pelo Departamento de
Sementes, Mudas e Matrizes, na supervisão da qualidade sementes e mudas
produzidas e comercializadas pela iniciativa privada, na garantia da segurança
alimentar da população e na prestação de serviços
aos produtores rurais. Área
de sementes Segundo
o engenheiro agrônomo José Antônio Piedade, diretor do Departamento
de Sementes, Mudas e Matrizes, cerca de 25% dos proprietários agrícolas
do Estado de são Paulo adquirirem sementes da CATI. A Fazenda Ataliba Leonel,
localizada em Manduri, por exemplo, representa 20% de toda a semente comercializada
pelo departamento. Ele afirma que a fazenda todo dia planta e colhe alguma espécie.
Mas, além da produção própria do Estado, esse departamento
conta com os cooperadores que produzem o restante, com toda a assistência
técnica necessária fornecida pelos técnicos dos órgãos.
Para melhor atender ao produtor, a CATI está investindo na classificação
e tratamento do milho, no aumento da produção, melhoria na qualidade
das sementes produzidas, entre outras ações. Essa área contribui
para o aumento da oferta de sementes de qualidade e com custo mais acessível
ao pequeno produtor. O destaque é para as culturas de importância
na geração de empregos no meio rural e na produção
de alimentos pela agricultura familiar, como feijão, arroz, milho variedade,
e mandioca. Piedade explica que todas as espécies disponibilizadas por
essa área são tecnicamente adequadas para São Paulo e, não
são produzidas ou ofertadas pelo mercado em quantidades suficientes, como
trigo, aveia branca, algodão, girassol, etc.
Das sementes produzidas
pelo DSMM, 35% são de milho variedade e 27% de trigo. Segundo Luiz Antônio
Cambraia, responsável pela área de sementes do Departamento de Sementes,
Mudas e Mudas, no Estado de São Paulo somos os únicos produtores
credenciados para produção de sementes de trigo nos últimos
doze anos. Desde o final da década de 80, quando o governo Federal extinguiu
o monopólio do trigo, e a cultura tornou-se inviável economicamente,
a CATI continuou com um programa de produção, atualizando os cultivares
e mantendo em seus estoques quantidades suficientes para atender a demanda. Se
essa estratégia não fosse mantida, hoje a triticultura paulista
estaria sem seu principal insumo: a semente. Centro
de Testes A
CATI no intuito de fornecer produtos de qualidade, todo ano faz um trabalho de
melhoria de suas sementes e para tanto possui uma área de testes, avaliação
e divulgação, que tem por objetivo executar testes de introdução,
adaptabilidade e comportamento de espécies, cultivares e variedades, bem
como sua qualidade, acompanhar e colaborar na instalação de campos
de demonstração; propor e colaborar na validação e
difusão de novas tecnologias; selecionar materiais para introdução
de recomendação, bem como introduzir, desenvolver adaptar e difundir
tecnologias na área de materiais na área de materiais de propagação
vegetativa e divulgar dados e informações sobre espécies
testadas.
Hoje existem 22 projetos de seleção de cultivares
envolvendo 11 espécies, 17 ensaios diversos, 23 testes e avaliações,
oito unidades de obtenção e validação de tecnologia
e 43 projetos de divulgação de tecnologia. Algumas das variedades
e lançadas pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes e que estão
disponíveis este ano são: os milhos variedades AL Bandeirante, CATI
34 e o Cativerde 01. O AL Bandeirante tem como vantagem maior precocidade, menor
porte, maior uniformidade de plantas, maior densidade dos grãos, menor
índice de acamamento, maior produtividade média e grande adaptabilidade
edafoclimática. Já o CATI 34 é mais rústico, mais
produtivo, é excelente para silagem, especial para projetos de integração
agricultura pecuária e apto para safra de verão e safrinha.
O Caiverde 01 é um cultivar tipo variedade, lançado especialmente
para milho verde e diminuição significativa no custo de produção.
É precoce, apto para plantio durante todo o ano se não houver restrição
hídrica ou térmica, além de possuir qualidade comercial das
espigas comparável à dos melhores híbridos atualmente utilizados
para o milho verde. Área
de Mudas A
área de mudas tem por objetivo a instalação e manutenção
de plantas matrizes, jardins clonais e bancos germoplasma. São produzidas
e comercializadas cerca de 272 espécies diferentes de mudas de frutíferas
comerciais de clima tropical e temperado, frutíferas silvestres, essências
florestais nativas, plantas medicinais e aromáticas, café e mandioca.
é o único produtor no Brasil, que trabalha com tantas espécies,
chegando a uma produção anual de dois milhões de mudas.
Segundo Celso Roberto Panzani, responsável pela área de mudas da
CATI, esse setor tem como objetivo desenvolver e adaptar tecnologias, buscando
sempre produção de mudas com garantia de qualidade genética,
fisiológica e sanitária. Essa busca foi atingida por meio de intensos
trabalhos de desenvolvimento tecnológico e ensaios de campo.
Diversos
métodos são utilizados na produção dessas mudas: tubete,
bandejas, embalagens, enxetia, estaquia, aclimatação de mudas micropropagandas,
enraizamento em câmaras de nebulização, ambiente protegido,
entre outras. Na área de citros são feitos trabalhos de controle
de plantas matrizes, borbulheira telada, produção de sementes e
porta enxêrtos. Além disso existem pesquisas sobre formulação
e uso de substratos, seleção e teste de matéria prima, composição
e dosagem, desinfestação (solarização), produção
de material de propagação vegetativa, bacelos, borbulhas, estacas,
garfos e manivas, manejo de jardim clonal, produção, tratamento
e conservação de sementes, estratificação e coleta,
preparo e análise de sementes etc.
Os projetos em desenvolvimento
pela CATI são fruticultura, arborização urbana, recomposição
florestal e produção de mudas para os produtores integrantes do
Programa de Microbaciasa Hidrográficas. |