O
Dia de Campo promovido pela Embrapa Sudeste sobre pastagem
intensiva, realizado no dia 28 de março em São
Carlos, teve como resultado uma grave sentença para
os criadores de gado de corte: O Brasil está perdendo
rentabilidade e competitividade na produção
de carne devido á má utilização
das áreas de pastagem.
Com um rebanho estimado em 160 milhões de animais,
o manejo inadequado e a falta de reposição de
nutrientes ao solo são os principais motivadores para
a degradação da grande maioria das pastagens
nacionais. Quadro este que, há décadas, tem
representado índices zootécnicos muito baixos,
com lotação das pastagens em torno de meia unidade
animal por hectare e produtividade por volta de 100kg de peso
vivo por hectare/ano.
O enfoque da Embrapa Sudeste neste Dia de Campo, portanto,
foi o de oferecer e incentivar uma alternativa à prática
vigente de manejo de extensas áreas de pasto. Esta
alternativa, já razoavelmente conhecida, mas estatisticamente
com um número baixo de adesão, é o sistema
de pastejo rotacionado, que permite maiores ganhos de produtividade
e rentabilidade.
Para tanto, basicamente, é necessária uma severa
correção na produção anual da
forragem, principalmente através da adubação
nitrogenada, para que assim as áreas de pastagem previamente
selecionadas se encaixem ao sistema rotacionado. Segundo dados
da Embrapa, as forrageiras tropicais são compatíveis
com níveis elevados de adubação nitrogenada,
com resultados de até 880 kg de nitrogênio por
hectare/ano e produção acima de 150 toneladas
de forragem por hectare/ano. Isto permite, uma vez implantado
o sistema, uma maior produção de carne por hectare,
devido à maior taxa de lotação animal
por unidade de área.
Para Eli antônio Schiffer, engenheiro agrônomo
da divisão de difusão de Tecnologia da embrapa
Sudeste, as vantagens econômicas do sistema rotacionado
são inúmeras, com um índice de 3 a 5
UA por hectare. Vale ressaltar, como incentivo aos criadores,
que na Embrapa nós já conseguimos 12 cabeças
por hectare na época das águas. Isto significa
um salto enorme na produção de carne.
A implantação do sistema rotacionado representa
também uma solução econômica nas
regiões de terras mais caras, notadamente nas regiões
sudeste e sul, já que a maior produtividade e maior
taxa de ocupação não estão relacionadas
à extensas faixas de terra. A intensificação
de uma área de pastejo consiste na escolha ou recuperação
do terreno de acordo com parâmetros técnicos,
com uma adequação correta da forragem. Por outro
lado, o fator que mais tem possibilitado a implantação
do pastejo rotacionado, e isto interessa ao criador, é
o acesso mais barato aos eletrificadores de cerca, que são
fundamentais no processo, esclarece Schiffer.
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