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PECUÁRIA - CUIDAR DO PASTO GARANTE PRODUÇÃO
rev 52 - abril 2002

O Dia de Campo promovido pela Embrapa Sudeste sobre pastagem intensiva, realizado no dia 28 de março em São Carlos, teve como resultado uma grave sentença para os criadores de gado de corte: O Brasil está perdendo rentabilidade e competitividade na produção de carne devido á má utilização das áreas de pastagem.

Com um rebanho estimado em 160 milhões de animais, o manejo inadequado e a falta de reposição de nutrientes ao solo são os principais motivadores para a degradação da grande maioria das pastagens nacionais. Quadro este que, há décadas, tem representado índices zootécnicos muito baixos, com lotação das pastagens em torno de meia unidade animal por hectare e produtividade por volta de 100kg de peso vivo por hectare/ano.

O enfoque da Embrapa Sudeste neste Dia de Campo, portanto, foi o de oferecer e incentivar uma alternativa à prática vigente de manejo de extensas áreas de pasto. Esta alternativa, já razoavelmente conhecida, mas estatisticamente com um número baixo de adesão, é o sistema de pastejo rotacionado, que permite maiores ganhos de produtividade e rentabilidade.

Para tanto, basicamente, é necessária uma severa correção na produção anual da forragem, principalmente através da adubação nitrogenada, para que assim as áreas de pastagem previamente selecionadas se encaixem ao sistema rotacionado. Segundo dados da Embrapa, as forrageiras tropicais são compatíveis com níveis elevados de adubação nitrogenada, com resultados de até 880 kg de nitrogênio por hectare/ano e produção acima de 150 toneladas de forragem por hectare/ano. Isto permite, uma vez implantado o sistema, uma maior produção de carne por hectare, devido à maior taxa de lotação animal por unidade de área.

Para Eli antônio Schiffer, engenheiro agrônomo da divisão de difusão de Tecnologia da embrapa Sudeste, “as vantagens econômicas do sistema rotacionado são inúmeras, com um índice de 3 a 5 UA por hectare. Vale ressaltar, como incentivo aos criadores, que na Embrapa nós já conseguimos 12 cabeças por hectare na época das águas. Isto significa um salto enorme na produção de carne”. A implantação do sistema rotacionado representa também uma solução econômica nas regiões de terras mais caras, notadamente nas regiões sudeste e sul, já que a maior produtividade e maior taxa de ocupação não estão relacionadas à extensas faixas de terra. “A intensificação de uma área de pastejo consiste na escolha ou recuperação do terreno de acordo com parâmetros técnicos, com uma adequação correta da forragem. Por outro lado, o fator que mais tem possibilitado a implantação do pastejo rotacionado, e isto interessa ao criador, é o acesso mais barato aos eletrificadores de cerca, que são fundamentais no processo”, esclarece Schiffer.


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