Criadores
utilizam cruzamento entre raças para aumentar o teor
de sólidos no leite e melhorar a remuneração
do produto no Paraná. Os produtores paranaenses de
leite Roberto Borg e Albert Kuipers decidiram intensificar
seus investimentos na criação de Pardo-Suíço.
O objetivo, de longo prazo, é aumentar substancialmente
os teores de gordura e proteína do leite entregue pela
Fazenda Ana Thalea, situada no município de Castro/PR,
á Castrolanda, renomada cooperativa local. Com a estratégia
e a política de premiação por quantidade
de sólidos presentes no leite, adotada pela Castrolanda,
além dos produtores oferecerem um produto de maior
qualidade, a remuneração fará uma diferença
considerável a médio e longo prazos.
Roberto e Albert possuem um esquema de produção
bastante eficiente, que privilegia a economia de escala, ou
seja, quanto maior o volume do produto, melhor remunerada
se torna a atividade. Atualmente, depois da encorporação
de um rebanho equivalente ao seu, em meados de 2001, a Ana
Thalea conta com um plantel de 360 vacas em lactação,
responsável por uma produção diária
que supera os 11 mil litros de leite (média per capita
de 31 litros/dia).
Porém, de todo este rebanho, apenas 20 vacas são
Pardo-Suíças, sendo que o restante é
de holandeses (grande maioria) e algumas poucas mestiças.
Mas o objetivo é chegar a 400 fêmeas no leite,
sendo que 40% delas pertencerão á raça
suíça. Com a vocação natural de
produzir altos de proteína e gordura, Albert espera
aumentar em muito sua produção de sólidos,
embora reconheça que suas médias atuais já
sejam altas: 3,55% de gordura e 3,15% de proteína.
Sua expectativa é de alcançar, respectivamente,
teores de 4% e 3,5%. Vale destacar que a cooperativa local
premia percentuais acima de 3,40% e 3,10%, respectivamente,
aumentando bem a remuneração.
Mas os produtores também reconhecem que a tarefa de
ampliar a participação do Pardo Suíço,
no rebanho, não é fácil. Visando a proteção
do rebanho da região e garantindo a qualidade do leite
entregue, os cooperados da Castrolanda estão submetidos
a severas exigências sanitárias quanto á
entrada de animais de fora, o que impede, por exemplo, a aquisição
de genética de outros criatórios importantes
da raça, que não integrem os da cooperativa.
Sendo assim, a multiplicação está sendo
procedida através da transferência de embriões.
Muitas das vacas holandesas estão recebendo embriões
de Pardo-Suíço. A outra estratégia em
teste é a inseminação de holandesas por
touros pardo-suíços provados. Albert ainda aguarda
as primeiras produções destes nascimentos para
avaliar resultados. Ainda que seguro de sua empreitada, ele
não espera conquistas palpáveis da ampliação
do plantel de pardo-suíço para antes de 4 ou
5 anos. Um outro problema diz respeito á forte pressão
de seleção exerce sobre o pardo-suíço,
na propriedade e na região, no que diz respeito as
descarte de animais. Pelo volume de fêmeas holandesas
que entram em produção todos os anos, em relação
as pardas, os produtores têm que adotar rigores diferentes
para as duas raças, sob pena das pardo suíças
não se conseguirem se multiplicar, na Ana Thalea. De
qualquer forma, Albert tem certeza da capacidade do pardo-suíço
e, por isso, aposta tanto. A média atual da raça,
de 25 litros, tende a se aproximar rapidamente dos 31 litros
da raça holandesa.
|