Aumento
no número de fêmeas vendidas em leilão
de 172,92% e dos machos de 158,51%. Com essa performance em
2001, a raça apresenta perspectivas ainda otimistas
para este ano quando o número de promoções
deve crescer significativamente, atendendo a uma grande demanda
por animais de campo.
Segundo o superintendente de Registro Genealógico da
ABCCAN, Cristiano Campbell, a raça Canchim reúne
aproximadamente 97 mil animais e 169 criadores integrados
á Associação Brasileira de Criadores
de Canchim (ABCCAN). Do total do rebanho, 12.735 machos e
34.817 fêmeas são animais PO. Entre os anis 5/8
+3/8 sangue há 471 machos e 3.133 fêmeas. O Grupo
MA é composto por 1.324 machos e 3.106 fêmeas.
Já o Grupo IV totaliza 9.837 fêmeas, enquanto
o Grupo T contabilizou 21.285 fêmeas. O Grupo A reúne
16.171 fêmeas e o grupo formado por animais 3/4 + ¼
sangue, 1.490 fêmeas.
Conforme dados da associação, a distribuição
geográfica é liderada por São Paulo,
com 30% dos animais, seguida por Mato Grosso do Sul, com 25%;
Goiás e Paraná, com 15% cada; Minas Gerais,
com 10%; e o restante do país, com 5%.
A ABCCAN comemora o desempenho do mercado em 200 e 2001 e
mantém expectativas de crescimentos no número
de criadores e estabilidade de preços para este ano.
Em 2000, por exemplo, foram realizados 14 leilões,
com total de 1.084 animais e valor negociado de R$ 2,238 milhões.
A associação possuía 136 sócios.
Os touros elite obtiveram médias de R$ 4,706 mil e
as fêmeas, R$ 5,741 mil. Já os touros Canchim
rústicos, médias de R$ 2,167 mil e as fêmeas,
R$ 1,556 mil. Os embriões foram vendidos a R$ 1,250
mil.
No ano seguinte, houve crescimento de 22,14% no número
de animais, que somaram 1.324. As Vendas subiram para R$ 3,407
milhões, o que representou crescimento de 52,24%. O
total de associados acompanhou o movimento e somou 169 criadores,
o que representa evolução de 24,26%. As médias,
nos 18 leilões realizados, alcançaram R$ 12,155
mil para touros de elite, com crescimento de 158,51%. E R$
15,616 mil, para fêmeas elite, com 172,91% de alta.
Os touros Canchim rústicos conseguiram R$ 2,316 mil,
crescimento de 6,87%. E as fêmeas Canchim rústicas,
R$ 1,816, crescimento de 16,71%. Os embriões alcançaram
médias de R$ 4,340 mil, com valorização
de 247, 20%.
Mauro de Carvalho Filho, gerente de eventos da ABCCAN, mostra-se
entusiasmado com os resultados. E explica que, desde julho
do ano passado, a associação procura ampliar
o número de exposições e de leilões,
como forma de divulgar a raça e atrair novos criadores
para o gado puro.
Com a elevação dos preços, o produtor
pode ter poucos animais e bom patrimônio, garante.
A partir deste ano, a associação conta com verba
especial para a divulgação da raça, mas
os planos ainda não estão fechados. Ele sugere
aos criadores que também invistam na divulgação
do Canchim e lembra que 40 propriedades, espalhados pelo Brasil,
mantêm placas espalhadas em estradas.
Na opinião dele, a expectativa para a venda de animais
neste ano deve manter-se em torno de 4,5 mil a 5 mil touros
para cruzamento industrial, assim como as médias de
preços para touros e fêmeas rústicas.
Atento ás exigências atuais dos produtores na
compra de animais, Wilson Gottardi, presidente do Núcleo
Canchim Paulista, explica que o núcleo firmou parceria
com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(ESALQ) para a realização do Programa de Avaliação
de Touros (PAT), em 2003. O projeto, que terá início
do começo do ano e término em outubro, acompanhará
o desempenho de 200 touros nos itens ganho de peso ponderal,
circunferência escrotal e área de lombo. Portanto,
características raciais associadas as características
de conformação frigorífica, explica.
Os animais serão divididos em categorias elite, superior
e comum e ofertados em mega leilão a ser realizados
no fim do PAT.
Como divulgação da raça ainda neste ano,
Gottardi assinala o mega leilão de touros que será
realizado em 21 de julho, na Fazenda Santo Antônio,
em Angatuba. Na ocasião, serão ofertados 160
reprodutores, avaliados em 2001 pela ESALQ.
O Núcleo Paulista também realizará o
V Leilão do Núcleo Canchim Paulista, no dia
28 de abril, em Itapetininga. E, no dia 28 de setembro, o
VI Leilão do Núcleo Canchim Paulista, na Embrapa,
em São Carlos, com a participação de
aproximadamente 120 animais.
Gottardi afirma que o núcleo reúne 19 criadores,
entre os quais a ESALQ e Embrapa, e sete mil matrizes registradas.
Esse número cresceu em relação a 200,
quando as matrizes somavam cinco mil animais. Ele explica
o crescimento como conseqüência do desempenho da
raça e também do trabalho do núcleo para
a comercialização de animais.
Entusiasmado também com o crescimento da raça.
Euclides Henrique Morais Filho, presidente do Núcleo
Brasil Central de Criadores de Canchim, que congrega 10 associados
e entre seis/sete mil animais, aposta na evolução
da pecuária nacional em regiões como Goiás,
Tocantins e Pará e conseqüênte difusão
do Canchim.
Ciente também da importância de informações
na compra de animais, explica que o criador João Paulo
fará uma prova de ganho de peso e pasto, em sua propriedade,
em Jussara, Goiás. Aprova, para seus animais e aberta
a animais de outros criadores, será realizada entre
primeiro de agosto de 2002 e 28 de agosto de 2003. Em maio
daquele ano haverá uma exposição em Goiânia,
para julgamento de animais elite que integraram o teste.
Ele aponta o crescimento da raça nos últimos
quatro anos, analisado pela venda da reprodutores, crescimentos
nos preços no número de criadores. O núcleo
participa de exposições em Brasília,
Goiânia, Jataí, Gurupi, Rio Verde, Quirinópolis
e Porangatuba há três anos.
Em 2002 acrescentará exposições em Porto
Nacional, Araguaína, Porangatuba e Barra da Garça.
Essas regiões já possuem touros levados
por criadores. Agora, haverá chance de ver animais
de pista, compara ele.
Morais Filho acredita na estabilidade de preços dos
animais para este ano e não hesita em afirmar que compra
um touro, volta a comprar. A precocidade, o ganho de
peso e a rusticidade marcam a raça.
O Núcleo Canchim de Mato Grosso do Sul também
pretende incorporar novas praças para leilões
e exposições. Eduardo Nascimento Oliveira, presidente
do núcleo, que conta com 30 criadores e entre sete/oito
mil animais, conta que, neste ano, haverá eventos em
Campo Grande, Dourados, Rio Verde, coxim Camapuã, Paraíba
e Nova Andradina.
A Exposição Nacional do Canchim será
realizada entre 14 e 21 de abril, com a participação
de 300 animais e aproximadamente 30 expositores, na EXPOGRANDE
2002. Ainda em 21 de abril haverá dois leilões
o do Núcleo Canchim MS, com 40 touros PO e o
Terceiro Leilão de Campeões, com 15 lotes PO.
Pela primeira vez, a EXPOGRANDE terá coberturas pelo
Canal do Boi, em 14 horas por dia. Entusiasmado, Oliveira
aponta a maior divulgação da raça.
Dirceu Lopes Silveira, presidente do Núcleo Paranaense
dos Criadores de Canchim, acredita que os preços mantenham-se
ao logo deste ano. Ele lembra que, naquele Estado, os tourinhos
comerciais alcançam entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, enquanto
os touros elite totalizam médias de R$ 7 mil. Já
as fêmeas elite situam-se entre R$ 5 mil e R$ 6 mil.
A explicação para o sucesso é simples
pois Canchim vai bem no calor e no frio, ou seja, a
longo do Brasil. Quem comprou, volta a comprar, assegura.
Na Opinião dele, as perspectivas são boas em
relação ao crescimento da raça e a manutenção
de preços dos animais. Entusiasmado, conta que o núcleo
manteve contato com a Universidade de Ponta Grossa, que inicia
curso veterinária, para futuros trabalhos em conjunto.
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