Sojicultores
do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São
Paulo começam a realizar a soltura das vespinhas Trissolcus
basais, que é inimiga natural dos percevejos, uma das
principais pragas da soja. Com a utilização
do controle biológico, é possível reduzir
o uso de produtos químicos nas lavouras, diminuindo
os danos ao meio ambiente e ao homem, diz a pesquisadora
Beatriz Corrêa Ferreira, da Embrapa Soja, vinculada
ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Produtores de soja orgânica cadastrados pela Embrapa,
Soja, em setembro, estão recebendo , pelo correio,
cartelas de papelão contendo ovos do percevejo com
a vespinha incubada. Em cada hectare, aplica-se três
cartelas de ovos com a vespinha inicialmente, mas depois as
próprias vespinhas vão se multiplicando no campo,
diminuindo a necessidade de introdução dos insetos,
explica Beatriz.
Nesta safra, a Embrapa Soja vai distribuir 1 milhão
e 500 mil vespinhas para os produtores cadastrados. Eles já
estão recebendo o material, de acordo com a data de
florescimento da lavoura. As cartelas de papelão contendo
os ovos parasitados são colocadas no campo um ou dois
dias antes da emergência das vespinhas.
Com o aumento da produção de soja orgânica
no Brasil , a demanda por métodos naturais de controle
aumentou muito. Por isso, a Embrapa estimula que cada comunidade
se organize e produza suas próprias vespinhas, já
que não é possível atender a todos as
solicitações dos produtores. A Embrapa
fornece toda a consultoria técnica necessária
para as comunidades interessadas na instalação
de laboratórios de produção das vespinhas,
treinamentos e repasse da tecnologia, explica a pesquisadora.
Produção comunitária Desde 1994,
a Embrapa Soja orienta e treina produtores paranaenses na
montagem de pequenos laboratórios de multiplicação
de vespas Trissolcus basalis, utilizadas no controle biólogico
dos percevejos de soja. Só na Microbacia de Campo Mourão
são beneficiados com a tecnologia cerca de 60 agricultores,
que produzem soja numa área de 4100 hectares. O Programa
tem como parceiros, Emater-PR, a Sanepar, cooperativas paranaenses,
prefeituras municipais, colégios agrícolas,
associação de produtores e a Secretaria de Agricultura
e do Abastecimento do Paraná.
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