O
nematóide de galhas, um parasita já disseminado
no Brasil e que na safra 99/2000 causou prejuízos de
algo em torno de US$ 52 milhões na produção
de soja, preocupa. O produtor deve ficar atento com
a ocorrência de manchas na lavoura, com plantas amareladas
e subdesenvolvidas, que poderá ser um indicado com
do problema, diz o nematologista Guilherme Lafourcade
Asmus.
Existem várias espécies de nematóides
no Brasil, mas os dois principais que causaram grandes danos
econômicos em lavouras de soja, são o de cisto
e o de galhas. O de cisto não está presente
na região da Grande Dourados, mas já infestou
1,7 milhão de hectares (inclusive o norte de Mato Grosso
do Sul) de uma área total de 13 milhões hectares
utilizadas no plantio de soja no Brasil. O problema surgiu
na safra 92/93.
É preciso consciência dos produtores, da
assistência técnica, enfim de todos envolvidos
nesta cadeia produtiva para que o nematóide do cisto
não chegue na região de Dourados, adverte
Guilherme Asmus. Uma das providência é evitar
a movimentação de terra através de
colheitadeiras que vêm sujas para cá depois de
trabalharem no norte do estado, exemplifica o pesquisador,
ressaltando que já temos problemas com o nematóide
de galhas.
Como a erradicação dos nematóides de
galhas é muito difícil e não há
viabilidade econômica de controle com produtos químicos,
a convivência é a melhor opção.
Esse parasita de raízes dificulta a absorção
da água e dos nutrientes do solo. A rotação
de culturas e o uso de cultivares tolerantes e resistentes
são alternativas para manter suas populações
abaixo do nível de dano econômico.
Para que estes métodos sejam eficientes deve-se tomar
alguns cuidados com o manejo do solo. A adubação
verde com espécies resistentes reduz a multiplicação
dos nematóides, além de contribuir para o aumento
do teor de matéria orgânica, melhorando assim
a capacidade de retenção de água e a
disponibilidade de nutrientes, aumentando o vigor e a tolerância
das plantas ao ataque dos nematóides. Guilherme dos
nematóides. Guilherme Asmus recomenda a análise
do solo e diz que outro cuidado importante é não
permitir a infestação das reboleiras com plantas
daninhas, pois a maioria delas permite a multiplicação
dos nematóides de galhas. O sistema de semeadura
direta também pode ser um grande aliado para uma boa
convivência, pois permite maior atividade dos inimigos
naturais do nematóide no solo, afirma o nematologista,
acrescentado que a erosão empobrece o solo e
espelha os nematóides, tornando mais intenso o efeito.
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