A
segurança dos organismos geneticamente modificados
na alimentação e a legislação
brasileira sobre biossegurança foram os temas do seminário
que a Associação Brasileira das Indústrias
da Alimentação (ABIA) e a Federação
das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) promoveram
em 8 de novembro na capital mato-grossense. O evento teve
o apoio do Sindicato das Indústrias de Alimentação
de Cuiabá e Várzea Grande, da Secretaria da
Indústria, Comércio e Mineração
do Estado do MAto Grosso e da Secretaria da Agricultura e
Assuntos Fundiários do Estado do MAto Grosso.
A geneticista Maria Helena Zanettini professora titular do
Departamento de Genética da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul e especialistas em transgênicos, falou
sobre a segurança das plantas geneticamente modificadas
e as pesquisas realizadas em vários países.
Segundo ela, a biotecnologia aplicada, ás plantas ocorre
há muitos anos. Primeiro foram os melhoramentos convencionais
dentro de plantas da mesma espécie e, depois, os cruzamentos
interespecíficos, em que são inseridos milhares
de genes de espécies selvagens aparentadas. A
biotecnologia apenas representa uma evolução
desses melhoramentos, de maneira segura, afirma.
Antonio Monteiro, especialista em Direito Ambiental da Constituição
Federal que se refere ao ambiente, ás atividade do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e ás atribuições da Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CNT-BIO).
A comissão é responsável pela emissão
de parecer técnico prévio conclusivo, caso a
caso, sobre as atividade, consumo ou qualquer liberação
no meio ambiente de organismos geneticamente modificados.
A CTNBio é resultante da regulamentação
advinda da Lei Nacional de Biossegurança (números
8.974, de janeiro de 1995, alterada pela Medida Provisória
2.173, reeditada definitivamente em agosto de 2001). Ela é
composta por integrantes dos Ministérios da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Meio Ambiente, Saúde,
Educação, Trabalho e Relações
Exteriores, da comunidade científica, do setor empresarial
que atua em biotecnologia e de integrantes de órgãos
de defesa do consumidor.
A ABIA promove, desde o ano passado em várias capitais
brasileiras. O objetivo é propor o debate, reunindo
especialistas na área, com diversos segmentos da sociedade
interessados em conhecer mais a respeito do assunto, especialmente
sobre a biossegurança dos alimentos derivados das plantas
geneticamente modificadas, seus efeitos no meio ambiente e
implicações jurídicas e sócio-econômicas
para a sua adoção no Brasil.
Entre outras atividades, a entidade promove estudos e pesquisas
sobre a questão da alimentação no País,
contribuindo para assegurar uma legislação adequada
ás constantes evoluções tecnológicas.
A ABIA foi criada em 1964 e tem mais de 200 empresas associadas,
representando quase 80% dos negócios gerados pela cadeia
de alimentos no Brasil.
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