Uma
nova tecnologia para identificação eletrônica
e rastreamento de bovinos desenvolvido pela Embrapa Gado de
Corte, através do pesquisador Pedro Paulo Pires, promete
a partir de agora, facilitar em muito o gerenciamento de grandes
rebanhos.
Pires desenvolveu um chip eletrônico que é instalado
no corpo do animal e permite a identificação
deste, mesmo gado desloque no mangueiro ou no campo a uma
velocidade igual a 40km/h. Além disso, desenvolveu
os equipamentos de instalação do chip e identificou
os locais, no corpo do animal, mais adequados para abrigar
o chip: em bezerros recém nascidos, o chip é
instalado na cicatriz umbilical, aproveitando o tratamento
que já é feito, normalmente para cura do umbigo.
No caso de animais adultos, o chip é depositado no
rúmen. Após o abate, o chip pode ser reaproveitado
para a identificação de outro animal.
O chip, estimulado pela emissão de ondas eletromagnéticas,
captadas por uma antena, emite sinal com um número
composto por 22 dígitos, em conformidade com os programas
internacionais de identificação. Associado a
um software de gerenciamento de rebanho, o rastreamento de
gado proposto pela Embrapa poderá auxiliar na eficiência
produtiva das fazendas de gado, pois ele produz informações
imediatas, que servem para auxiliar a tomada de decisões
mais rapidamente, além de certificar a qualidade do
sistema produtivo nos campos brasileiros: o rastreamento vai
apontar a origem e a trajetória percorrida pelo animal
do nascimento ao abate, informar do que se alimentou, se esta
alimentação foi suplementada, com o quê
e quando, que vacinas e medicamentos lhe foram administrados,
entre outras. O pacote tecnológico da Embrapa propõe,
ainda, a criação de um banco nacional de dados,
para fornecer informações sobre animais e rebanhos,
como o que já acontece na comercialização
de carros, mediante consulta de chassi.
A informação desse tipo de rastreamento
é precisa e auxilia o Governo Federal nos trabalhos
de defesa sanitária animal, identificando com maior
velocidade rebanhos não vacinados, por exemplo, a trajetória
de possíveis disseminadores de doenças, além
da procedência e origem dos animais infectados, o que
torna mais eficiente a identificação do problema
e a atuação dos serviços de prevenção
e vigilância sanitária, comenta o pesquisador
da embrapa de Campo Grande.
Até o momento, não havia sido desenvolvida nenhuma
maneira de colocar transponders dentro do corpo
do bovino. Os brincos de identificação
de gado não se aplicam à realidade do Nelore
nas condições de sistemas extensivos do cerrado
brasileiro. O que mais se aproxima de nossa tecnologia é
o uso do transponder na cavidade auricular do bovino, como
o que acontece na Europa, mas mesmo isso não se aplica
ao Nelore brasileiro criado em pasto ou confinado: tanto o
laço do peão, quanto o cauzil (guilhotina)
usado no brete provocam a danificação desse
tipo de material, informa Pires. O chip brasileiro
é revestido por porcelana ou resina de mamona, o que
aumenta sua resistência a fraturas e sua conseqüente
durabilidade. Já o aumento de tamanho dele, se comparado
com o chip europeu, permite maior distância de leitura
e captação do material, conclui Pedro
Paulo Pires.
Uma estação de trabalho (armazenador de dados),
uma antena e um computador (pode ser um notebook) compõem
o kit de trabalho no campo informatizado.
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