O
setor de fertilizantes encerrou o ano de 2000 com vendas de
16 milhões de toneladas e faturamento de US$ 3,2 bilhões.
Esse total representa crescimento de 18% em relação
ao ano anterior, quando foram comercializadas 13,7 milhões
de toneladas e alcançados US$ 2,7 bilhões. Para
este ano, a projeção de crescimento gira em
torno de 4%, tanto para a produção como para
comercialização. Nelson Pereira dos reis, presidente
da Associação Nacional para Difusão de
Adubos (Anda), afirma que o conservadorismo da expectativa
tem explicação. Após um ano bom, outro
é sempre conservador. Ainda assim, o setor espera a
expansão do cultivo do algodão, a recuperação
do crescimento da cana de açúcar e a manutenção
das culturas de soja.
Os bons resultados do ano passado podem ser atribuídas
e determinados fatores. O primeiro deles, a recuperação
do consumo de adubos para a cana de açúcar,
já que a cultura obteve melhores preços, o que
motivou a recuperação e expansão dos
canaviais. O segundo, ao crescimento da demanda de fertilizantes
para milho. E o último, á expansão do
algodão no Centro-Oeste, especialmente no Mato Grosso.
O cenário complementa-se com a posição
das empresas. Após período de aquisições,
o mercado pode ser melhor atendido, garante Reis. Mais ainda:
os preços mostram-se comportados, em funções
no mercado internacional, especialmente o da uréia.
Animando, ele conta que os investimentos brasileiros cresceram
no setor. Atualmente, as empresas apostam em projetos, ainda
em implantação, que somam US$ 500 milhões.
A iniciativa busca reduzir a forte dependência do setor
em relação aos produtos importados. Mais de
80% do potássio usado no Brasil depende de importação,
assim como 50% dos nitrogênio e mais 50% de fósforo.
Reis afirma que o tratamento fiscal revela-se diferenciados
para a produção local e importação
dessas matérias-primas. Na produção nacional,
por exemplo, incidem 3,68% de PIS e Confins. Se o produto
é vendido de um estado para outro, paga mais 9% de
ICMS.
Na opinião dele, o perfil do produtor rural brasileiro
mudou. Hoje, ele necessita transforma-se em empresário,
para obter lucro na propriedade. Isso implica em manter custo
como item de controle absoluto. Se preciso ele planta
menos, mas usa tecnologia, explica.
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