Segundo
a pesquisadora Selma Tavares, da Embrapa, os produtores precisam
estar alertas, principalmente para a adoção
de soluções apresentadas pela pesquisa e não
vêm sendo observadas. Segundo ela, os problemas causados
pelos fungos não são novos. Há pelo menos
dez anos eles foram identificados nos pomares da região.
O aumento da sua incidência, porém, coincide
com a ampliação do uso da técnica de
indução floral na cultura da manga. Esta técnica,
em virtude das alterações fisiológicas
e imunológicas, deixam a planta predisposta à
instalação dos fungos.
Nas plantas, o Botryodiplodia e o Fusarium levam ao secamento
das inflorescências, a queda das flores batizada
pêlos produtores como pela da mangueira e impede
o pegamento dos frutos. Num estágio mais avançado
de infestação, o fungo acaba levando a planta
à morte. Os problemas de perdas de inflorescências
tem sido maiores em pomares que recebem os hormônios
retardantes paclobutrazol e Etrel, associado à prática
do estresse hídrico para a paralisação
do crescimento vegetativo da planta. Quanto maior forem estes
estresses, maiores serão os problemas encontrados,
garante a pesquisadora.
Manejo
integrado
A
pesquisadora, que trabalha na Unidade Embrapa Semi-Árido,
diz que doentes pode ser estancada e o fungo controlado. Para
isso, enfatiza ela, é observar com rigor as recomendações
técnicas da pesquisa. Desde que foram anotados os primeiros
sintomas do ataque do Botrydiplodia na região, a Embrapa
Semi-árido tem alertado os manguicultores e apresentando
soluções que, manejadas de forma integrada,
seriam capazes de controlar o fungo e impedir sua disseminação
ou severidade. No entanto, assegura Selma, os produtores têm
adotado apenas algumas das medidas sugeridas e, mesmo assim,
de forma descontinuada, o que faz persistir e aumentar o potencial
de ataque dos fungos. Para Selma, não se pode pensar
em apenas uma solução para o controle desses
fungos, mas em várias, que devem ser aplicadas de maneira
integrada.
Combate
ao Fungo Passo a Passo
1º
Medida: Monitorar a infestação, identificando
e eliminando toadas as inflorescências malformadas ou
secas;
2º Medida: Fazer poda de limpeza de todos os restos de
panículas logo após colheita, colocando-as dentro
de um saco para serem queimadas fora do pomar; neste trabalho
deve-se fazer a desinfetação das ferramentas
usadas logo após a poda de cada ramo com fungo; nas
áreas podadas recomenda-se fazer um pincelamento com
pasta preparada com um produto sistêmico benzimidazol
mais um cobre na proporção 3:1 mais água
e adesivo; para completar, deve-se evitar o estresse hídrico
quando volta a irrigação, esta deve ser
moderada ou crescente (esta técnica evita rachaduras
e exudação da planta e minimiza a morte de racidelas).
3º Medida: Aqui a ênfase é no controle químico;
para a proteção das inflorescências é
recomendada a pulverizaação fúngica com
um sistêmico mais um acariciada; a primeira deve ser
feita na penúltima (indução aplicação
de Nitrato); a segunda, na última indução;
a terceira na emissão das panículas; a quarta
na abertura das flores e a quinta na fecundação
ou formação dos frutíolos.
Quanto ao problema de pela ou queda de flores e de rachaduras
na planta, supostamente atribuída ao Fusarium, orienta-se
revisar todo o manejo de indução floral, cujo
estresses podem estar provocando tal desequilíbrio.
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