O
mercado de sementes protegidas no Brasil continua adequando-se
ao cenário que enfrenta desde 1997. No ano passado,
a oferta de sementes alcançou 1,4 milhão de
toneladas e o faturamento somou US$ 1,1 bilhão. Esses
números representam ligeira queda de oferta em relação
a 1999, que fechou com 1,5 milhão de toneladas, e praticamente
o mesmo faturamento, explica João H. Vieira,
diretor-executivo da Associação Brasileira dos
Produtores de Sementes Abrasen).
Com a promulgação da Lei 9.456, em 1997, chamada
Lei de Proteção de Cultivar (LPC) em vigor desde
novembro daquele ano, criou-se nova estrutura nas relações
entre as empresas responsáveis por melhoramento genético
e os produtores de sementes. Vieira afirma que até
aquele ano, as empresas vendiam as sementes genéticas
para os produtores de sementes, que as transformavam em sementes
certificadas, registradas ou fiscalizadas e que, por sua vez,
vendiam aos agricultores. Hoje, a situação
é diferente. Os produtores de sementes devem responsabilizar-se
junto às empresas de melhoramento genético sobre
critérios que incluem qualidade e quantidade de sementes
produzidas, entre outros dados.
As conseqüências são animadoras. No mercado
de soja, Poe exemplo, usavam-se entre três e cinco cultivares
por ano, ao longo do país, na década de 80.
Entre 90 e 97, esse número subiu para entre oito e
10 cultivares. E, de 97 para cá, para 50 cultivares
por ano no país. Isso foi possível, em razão
de novos programas de melhoramento genético e de fundações
e institutos organizados por produtores, com o objetivo de
formar fundos de fomento para pesquisas agrícolas.
Hoje, a LPC protege sementes de soja, trigo, algodão,
feijão, milho e sorgo. Em julho do ano passado, foram
incluídas as sementes de citros. E, em dezembro, as
de café. Para este ano, a expectativa é de que
a LPC proteja também as sementes de brachiaria, panicum,
penessetun, cenoura, cebola e alface. Entusiamado, Vieira
garante que dessa forma, o produtor rural tem opções
de sementes adequadas às condições de
solo, clima, altitude e, principalmente maior resistência
a doenças. Na safra de soja protegidas correspondiam
a 58% da oferta. Mais: há seis anos, o produtor rural
usava entre 90 e 100 kg/há de semente de soja. Atualmente,
usa apenas 75 kg/há.
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