Alterar
o conceito. Essa foi a palavra-chave para o comportamento
do mercado de inseminação artificial no ano
2000, quando se verificou a firmeza de demanda por genética
avaliada. A inseminação artificial perde a classificação
de técnica de reprodução e ganha a de
instrumento de melhoramento genético animal, explica
Marcelo Almeida Oliveira, supervisor de Produto Corte Serviços
da Lagoa da Serra/Holland Genetics. Para este ano, a perspectiva
é de maior busca por progênie provada.
Sabe-se que o consumo de touros provados cresce entre as raças.
Isso se explica pelo fato de a avaliação genética
constituir-se em um instrumento capaz de comparar objetivamente
reprodutores. Antigamente, bastava um exame visual. Hoje,
o produtor quer saber quanto vai ganhar usando determinado
animal, explica. Portanto, trata-se de um instrumento usado
também na análise custo x benefício.
Ainda assim, a técnica mostra-se pouco usada no Brasil.
Afinal, apenas entre 4,5% do rebanho nacional são inseminados.
Oliveira acredita, porém, que a demanda do mercado
registre crescimento, embora os dados da Associação
Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia),
relativos a 2000, ainda não tenham sido divulgados.
O segmento de gado de leite deve liderar a procura, em razão
do custo de produção. Fazer uma novilha de leite
é mais caro que uma novilha de corte, garante.
Ele define como razoável o preço do sêmen
comercializado no país, que oscila entre US$ 5 e US$
6. Explica que nos Estados Unidos, a dose custa entre US$
8 e US$ 10 e exige pagamento de participação
ao criador de origem. Na prática, significa que, além
de pagar pela dose de sêmen, o comprador paga mais uma
taxa ao vendedor de sêmen quando for certificar o touro
resultante da inseminação.
O nível laboratorial da inseminação artificial
no Brasil, analisados produtos nacionais e aqui aplicados,
equipara-se ao utilizado nos Estados Unidos e países
da Europa. Mesmo assim, estabelecer o patamar de crescimento
da técnica é arriscado, já que isso depende
de fatores como a política econômica e de pecuária.
Sabe-se também que é um investimento de médio
e longo prazos. Quando há sobra de dinheiro no mercado,
aumentam os investimentos na área pecuária,
lembra.
Ao traçar o perfil do produtor que adota inseminação
artificial no rebanho, Oliveira inclui comportamento de produção.
Quase sempre, são produtores que investem também
na alimentação dos animais optam por consorciação
de pastagens e buscam a melhor comercialização
de produtos agropecuários, garante.
Apontada como limitante do segmento, a falta de mão-de-obra
para inseminação artificial não teve
grande impulso no ano passado. A Lagoa da Serra/Holland Genetics
mantém uma Central de treinamento, que forma entre
800 e 900 inseminadores por ano, e firma convênios,
ao longo do país, com cooperativas, sindicatos e prefeituras,
quando forma mais de 1,2 mil inseminadores ao ano. O serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) também organiza
cursos, ao longo do país, para a formação
de inseminadores. Mesmo assim, é insuficiente, assegura
Oliveira.
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