Pecuária mantém bons índices, contornando seus principais problemas e sustentando preço da arroba em alta.
Já estamos na segunda quinzena de março. A safra do boi gordo, ao menos no calendário, chegou mais ou menos à metade. Seria de se esperar, nesse período, que o mercado trabalhasse em ambiente frouxo, ainda mais diante da forte valorização do real e do embargo por parte da União Européia.
No entanto, na maior parte do Brasil, o que se vê são escalas curtas (entre 3 e 5 dias), falhas em dias de abate e preços firmes. O cenário, portanto, é de entressafra. Logicamente, o produtor aproveita as boas condições das pastagens, e a firmeza do mercado, para vender de forma compassada. Assim, contribui para manter o preço do boi em alta.
A diferença entre os preços da arroba do boi negociada em São Paulo e na região de Três Lagoas (Mato Grosso do Sul) aumentou nos primeiros dias de março se comparado ao mesmo mês dos últimos cinco anos. Na parcial deste mês (até o dia 12), a diferença chegou a quase R$ 5,00/arroba. Entre 3 e 12 de março, enquanto o valor médio da arroba negociada nas praças paulistas esteve em torno de R$ 77,00, o de Três Lagoas foi de cerca de R$ 72,00. Desde 2004, a diferença entre os preços em março não chegava aos R$ 4,00 – o mínimo observado nesse período foi de R$ 2,40 (em 2007) e o máximo, de R$ 3,95 em 2005. Esse aumento no diferencial dos preços esteve atrelado à oferta ainda mais baixa no estado de São Paulo em relação à do Mato Grosso do Sul. Nessa quarta-feira, o Indicador ESALQ/BM&F fechou a R$ 76,10/@, estável nos últimos sete dias. No atacado da Grande São Paulo, o quilo da carcaça casada de boi foi cotado em média a R$ 4,45 na quarta, leve recuo de 0,89% em relação à quarta passada.
As primeiras dietas de custo mínimo confirmam o aumento que era estimado para o confinamento em 2008. Calculando a dieta de custos mínimos, usando quatro volumosos como base – silagem de milho, silagem de sorgo, cana picada e silagem de capim – os custos da alimentação para levar um animal de 11 @ até as 17,5@ em confinamento aumentou 42,78% quando comparado a 2007.