A área a ser cultivada com as principais culturas no País está estimada em 46,4 milhões de hectares, superior à da safra anterior em 0,3%, que foi de 158,8 mil hectares.
As culturas de algodão, arroz, feijão 1ª safra, milho 1ª safra, soja e trigo participam com 81,6% da área total de grãos, e apresentam os seguintes comportamentos: algodão com crescimento de 4,8%; milho 1ª safra, crescimento de 1,6%; soja, ganho de 1,2% e trigo, acréscimo de 3,5%. A cultura de feijão 1ª safra sofreu a maior redução na de plantio, 11,7%, seguida do arroz com redução de 1,2%.
O incremento na área cultivada nas principais culturas de verão foi motivado pelos bons preços de mercado e pelos contratos de entrega futuras. A exceção é para a cultura do feijão 1ª safra, cujo plantio teve inicio no final do mês de agosto, principalmente nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que, apesar dos bons preços do produto na época da implantação da cultura houve redução na área plantada em função das poucas chuvas e das baixas temperaturas registradas nas Regiões produtoras daqueles Estados.
A produção estimada para atual safra é de 135,8 milhões de toneladas, superior à colhida na safra anterior em 3,1% (4,01 milhões de toneladas). Os produtos que mais apresentaram incremento na produção foram: o trigo com 71,5% (1.597,7 mil toneladas); o milho 1ª e 2ª safra com 3,9% (1.999,3 mil toneladas) e o arroz com 5,5% (625,7 mil toneladas). A soja, apesar do incremento na área plantada de 1,2% (242,3 mil hectares) teve a produção reduzida em 0,4% (212,0 mil toneladas), passando de 58,38 milhões de toneladas colhidas na safra anterior para 58,16 milhões de toneladas na atual safra. Esta redução deve-se à diminuição na produtividade em função das previsões do serviço de meteorologia da ocorrência do fenômeno La Nina, e da queda na área cultivada na Região sul do País em 1,7% (143,1 mil hectares), com parte dessa área sendo ocupada pelo milho 1ª safra. Essa redução ocasionou uma retração na produção de soja em 8,5% (1.894,2 mil toneladas).
Algodão – A área a ser cultivada está estimada em 1,15 milhão de hectares, 3,4% (37,1 mil hectares) superior à safra passada. Esse aumento deve-se, basicamente, aos contratos firmados para entrega futura. A irregularidade climática atrasou o plantio, principalmente, no Estado de Goiás e no oeste da Bahia, pois as chuvas ainda estão se normalizando.
Espera-se, para essa safra, uma produção de algodão em caroço de 4,1 milhões de toneladas, 4,8% (188,1 mil toneladas) superior à safra anterior. Desse total, 61% (2,5 milhões de toneladas) é de caroço e 39,0% (1,6 milhão de toneladas) é de pluma. As regiões Centro-Oeste e Nordeste concentram 96,3% (3,9 milhões de toneladas) da produção nacional, com destaque para os Estados do Mato Grosso e Bahia, ambos com incremento de produção em relação ao ciclo anterior.
Arroz – A estimativa da área plantada com arroz em 2007/08, indica uma redução de 1,2%, posicionando-se em 2.932,5 mil hectares. Na safra anterior foram colhidos 2.967,4 mil hectares (Quadro 10). No Estado do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a área de plantio apresenta crescimento de 10,9%, correspondendo a 103,7 mil hectares.
Esse resultado ocorreu, principalmente, em função da retomada das áreas que deixaram de ser plantadas no ciclo passado, pela escassez de chuvas, no estado. Até o final do mês de dezembro/07, as lavouras apresentavam um bom desenvolvimento.
Os demais estados da região Centro-Sul, onde praticamente toda área é cultivada no sistema de sequeiro, observou-se redução. No Maranhão, Estado com área correspondente a 65% da área plantada com a cultura na região Nordeste, apresenta-se redução de 9,8%. As condições climáticas não estão favorecendo a cultura. As chuvas escassas e mal distribuídas já causam preocupações aos produtores, situação que poderá reduzir o nível de produtividade das lavouras.
A produção está estimada em 11,94 milhões de toneladas, superior em 5,5% (624,7 mil toneladas) à da safra anterior. Desse total, a Região Sul representa 70,0% (8,36 milhões de toneladas), com destaque para o Rio Grande do Sul, que participa com 85,0% (7,1 milhões de toneladas) da produção regional.
Feijão – A área plantada com feijão 1ª safra, ou safra das águas, é inferior à cultivada na safra anterior em 11,7% (183,1 mil hectares), passando de 1.559,6 mil hectares para 1.376,5 mil hectares (Quadro 11). Os motivos da referida retração foram os baixos preços recebidos pelos produtores na safra 2006/07 aliados às baixas precipitações pluviométricas, seguidas de estiagens prolongadas é baixas temperaturas verificadas no final de agosto e setembro, época do plantio nos principais Estados produtores (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais). Apesar dos preços em alta, os produtores optaram pelo plantio das culturas mais rentáveis e de menor risco, como o milho e a soja.
A produção estimada é de 1.493,1 mil toneladas, inferior à safra anterior em 4,8% (74,9 mil toneladas). Desse total, a Região sul produzirá 44,9% (669,9 mil toneladas); a sudeste 22,5% ( 336,2 mil toneladas); a centro-oeste 9,4% ( 140,9 mil toneladas); a nordeste 22,7% ( 339,2 mil toneladas) e a norte 0,5% ( 6,9 mil toneladas).
Milho – O quarto levantamento indica uma área plantada em 9.647,5 mil hectares, 1,6%, ou 153,6 mil hectares maior que a safra anterior, quando foram colhidos 9.493,9 mil hectares (Quadro 17). O aumento é justificado pelos bons preços do produto, face ao forte crescimento da avicultura/suinocultura e das exportações. Esse crescimento foi limitado pelos bons preços do principal produto concorrente, a soja, que também apresenta crescimento de área.
Incluindo a área do milho 2ª safra (safrinha), tem-se uma área total de 9.647,5 mil hectares. O plantio da safrinha de milho ocorre a partir do final do mês de janeiro, concluindo-se em meados de março. Esta segunda cultura de milho é semeada, em sua maior parte, em áreas cultivadas com soja. Nesta safra, em função do atraso das chuvas, sobretudo no Estado de Mato Grosso, segunda maior área de milho safrinha, com 31,5% do País, existe grande indefinição quanto à área a ser plantada com a cultura.
Com níveis de produtividade dentro dos parâmetros normais, ocorrerá uma produção na primeira safra de milho de 38.016,1 mil toneladas e acrescentando o prognóstico da segunda safra (15.353,0 mil toneladas), totaliza-se 53.369,0 mil toneladas de milho na safra 2007/08.
A área cultivada com milho 1º e 2º safras é de 14,3 milhões de hectares superior à safra anterior em 1,5%. (214,8 mil hectares). Desse total, o milho 1º safra participa com 67,8% (9,7 milhões de hectares) e os 32,2% (4,6 milhões de hectares) são de milho 2º safra. Tal aumento foi ocasionado pelos bons preços do produto, face ao forte crescimento da avicultura/suinocultura e das exportações. Esse crescimento foi limitado pelos bons preços do principal produto concorrente, a soja, que também apresenta crescimento de área.
Soja – Com o mercado favorável, confirmou-se a tendência de aumento na área plantada. Atualmente, a área está estimada em 20,9 milhões de hectares, 1,2% (242,3 mil hectares superior a da temporada anterior que foi de 20,7 milhões de hectares).
Houve atraso do início do plantio na maioria dos Estados produtores, em função da demora do início das chuvas. Entretanto, com as condições climáticas normalizadas, os produtores concentram o plantio num período menor de tempo, a fim de não prejudicar a implantação das culturas de inverno e de segunda safra de milho. O maior crescimento de área ocorreu no Estado do Mato Grosso, devido à recuperação parcial das áreas deixadas em pousio na safra anterior Apesar desse aumento de área, observa-se uma redução na produção, que está anterior. Esse fato ocorre, principalmente, pela redução na produtividade do Rio Grande do Sul, tendo em vista as adversidades climáticas e fitossanitárias que podem ocorrer (previsão do Instituto Nacional de Metereologia, além de ocorrência do fenômeno La Niña) no desenvolvimento e na fase crítica de produção das lavouras. Como no ciclo passado o rendimento da soja foi elevado nesse Estado. Estima-se, portanto, para esta safra, um rendimento menor.
Trigo – A produção de trigo na atual safra é de 3.831,4 mil toneladas, superior à safra anterior em 71,5% (1.597,7 mil toneladas). O referido incremento deve-se a recuperação da produtividade, já que na safra anterior essa cultura foi bastante castigada com a estiagem, com a geada e o com excesso de chuva na colheita.
No Rio Grande do Sul, a partir da segunda quinzena de setembro, ocorreu chuva em excesso, acompanhada de ventos fortes e granizo em algumas localidades, perdurando esse quadro durante todo o mês de outubro. Com essa situação, ocorreu o aparecimento de doenças fungicas em largas escalas, afetando a produtividade e a qualidade do grão que se encontravam no estádio de maturação e colheita. Tal colheita encontra-se praticamente finalizada.
A produção do Paraná é 64,4% maior que a do ano anterior, apesar da redução de 6,7% na área cultivada. A regularidade das precipitações e a ausência de perdas por geada aumentaram a produtividade em 76,3%, comparativamente à verificada na safra 2006/07, que foi frustrada pelo clima adverso, com o produto colhido sendo de boa qualidade. A colheita encontra-se encerrada.