O setor de produção de camarões no Brasil vive momento de recuperação nos últimos dois anos. Convivendo desde 2015 com os efeitos da incidência da Mancha Branca, síndrome que dizimou viveiros de camarão em todo o Nordeste do país, carcinicultores vêm encontrando na utilização de soluções orgânicas um caminho para melhorar parâmetros produtivos e por consequência a rentabilidade.
Em estudos promovidos pela Alltech em três propriedades no estado do Rio Grande do Norte em 2019, o uso de soluções orgânicas para protocolos simbióticos na fertilização de viveiros em comparação ao uso de ração e fertilizantes inorgânicos mostrou resultados positivos em ganho de peso (aumento de 30%), taxa de sobrevivência nos viveiros (incremento de 102%) e redução de 24% na quantidade de matéria orgânica nos tanques. “Temos conseguido reduzir bastante o custo de produção e aumentar o desempenho dos viveiros. O aumento da produtividade agrega valor e para o produtor isso é ótimo, pois ele consegue se manter no mercado”, explica o coordenador de aquicultura da Alltech, Fabio Rodrigues.
Ainda segundo Rodrigues, o uso destas soluções naturais e biotecnológicas para fertilização de viveiros, contribui para um melhor equilíbrio no ambiente produtivo. “A utilização destas soluções naturais durante a adoção de protocolos simbióticos promove maior desenvolvimento de zooplânctons, e também um equilíbrio microbiológico do viveiro. Estas condições são ideais nas fases iniciais do cultivo, quando ocorre uma das principais etapas de crescimento do camarão. Quanto mais rápido e menos desafios forem encontrados nesta fase, menor será a susceptibilidade a doenças. Além disso, o aumento no número de bactérias probióticas gera um consumo mais rápido da matéria orgânica”, explica.
Os carcinicultores brasileiros chegaram ao final de 2018 com produção total de 45,8 mil toneladas, um aumento de 11,4% em relação a 2017, segundo mostram os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Nordeste foi a principal região produtora, com 99,4% do total, sendo que 43,2% oriundos apenas do estado do Rio Grande do Norte, seguido pelo Ceará, com 28,5%.