Segunda maior leguminosa cultivada e consumida no mundo todo, o grão-de-bico é uma espécie rústica que não exige muita água e, por isso, pode ser cultivada em regiões mais semiáridas e em épocas com menos chuvas. Além disso, apresenta um custo menor de produção e é uma cultura de baixo risco no que diz respeito a ataque de pragas. Todas essas vantagens em relação a outras leguminosas como soja e feijão, têm atraído mais produtores a cultivarem o grão-de-bico.
O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Hortaliças Warley Nascimento fala sobre as principais características e as pesquisas que estão sendo desenvolvidas para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do grão-de-bico. Além das características agronômicas mencionadas, a leguminosa é bastante versátil, o que tem atraído cada vez mais consumidores, já que ele pode ser consumido fresco, seco e como pasta. “É possível encontrar produtos no mercado feitos, por exemplo, a partir da farinha de grão-de-bico, como macarrão e pizza, em substituição à farinha de trigo. É uma opção também para os celíacos”, ressaltou o pesquisador.
O grão-de-bico é uma excelente fonte de proteína, o que segundo Warley é uma alternativa também para quem não come ou quer diminuir o consumo de carne. Além disso, tem bastante fibra, o que confere saciedade. Possui ainda um aminoácido chamado triptofano que produz a serotonina, um neurotransmissor importante nos processos bioquímicos do sono e do humor. Por essa razão, segundo o pesquisador, a leguminosa também é conhecida como o grão da “felicidade”.
De olho nessa demanda crescente, a Embrapa tem investido cada vez mais em programas de melhoramento genético para disponibilizar para o agronegócio variedades mais tolerantes e mais adaptadas às condições tropicais do Brasil, que estão sendo cultivas em diferentes partes do país.