Pecuária

Manejo nutricional: o novo formato do pasto!

Suplementar o gado com silagem de capim é uma opção econômica e oferece bons resultados. Uma maneira de aproveitar melhor o pasto da propriedade é produzir silagem para servir aos animais como suplemento alimentar. A silagem de capim tem sido considerada uma opção viável pela qualidade e por ser mais barata.

Produzir grãos na propriedade nem sempre é possível, além de ser mais oneroso para o produtor. O pasto só precisa de um bom manejo e adubação, além de maquinário apropriado para efetuar o corte das forrageiras. Embora a silagem de grãos como a do milho e sorgo seja superior à dos capins é possível melhorar a qualidade da silagem de capim com vantagem, diz o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Armindo Neivo Kichel.

“Com o mercado de grãos aquecido produzir silagem de milho ou de sorgo para complementar a alimentação do gado na seca poderá sair caro para o produtor, em torno de R$ 1.600 por hectare. Uma alternativa mais barata é produzir silagem de capim” aponta o pesquisador.

Kichel afirma que as cultivares tropicais apresentam alta produtividade e bom valor nutricional podendo ser substituídas pelos grãos. “Apesar de a qualidade da silagem de capim ser inferior a de milho e de sorgo é possível melhorá-la”, afirma o pesquisador.

Ele ensina algumas técnicas de como produzir uma boa silagem de capim: “O corte do material deve ser feito na fase mais jovem, antes do início do emborrachamento (emissão de inflorescência), estágio em que o capim encontra-se com alta umidade, em torno de 75%, e baixa quantidade de matéria seca, cerca de 25%, dessa forma está garantida a boa qualidade da forragem a ser ensilada.

O pesquisador chama atenção para um problema que, segundo ele, tem solução: “Mesmo utilizando-se aditivos biológicos, a silagem apresentaria problema de fermentação devido a alta umidade, mostrando-se na cor escura e com perdas de efluentes na forma de chorume. A silagem, produto deste processo, teria baixa palatabilidade e qualidade para o consumo dos animais, como também proporcionaria perdas de quantidade”.

O corte das pastagens quando as mesmas atingem o ponto ideal de matéria seca em torno de 34% produzirá uma silagem com boa fermentação, porém com uma baixa qualidade em termos de proteína e digestibilidade. Para resolver este problema, o pesquisador Armindo recomenda o uso de aditivos sólidos. “Eles aumentam os teores de matéria seca para 30% a 36%, sendo os mais indicados: polpa cítrica, casca de soja, grãos de milho, sorgo e milheto moído, quirera de milho, arroz e outros”. Armindo recomenda adicionar na proporção de 5% a 10% do peso total da silagem com a função de reter líquidos, aumentar a quantidade de matéria seca, melhorar a fermentação e conseqüentemente melhorar o valor nutritivo e a qualidade da silagem. “Com uso do aditivo sólido, dependendo do teor na mistura e do valor nutritivo do mesmo, a qualidade da silagem de capim pode ser igual ou superior à de milho”, afirma.

O pesquisador exemplifica: “se colhermos capim mombaça com 26% de matéria seca (MS), em 900 quilos do capim teremos 234 quilos de MS. Se adicionarmos 10% de polpa cítrica, com 90% de MS, teremos em 100 quilos de polpa, 90 quilos de MS, portanto, em 1000 quilos de silagem teremos 234 quilos de MS, com valor médio de 32,4% MS. O teor de proteína bruta da massa ensilada fica em torno de 10-12% e os Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) entre 62-65%.

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