Avicultura

Pato: bom de briga e de produção

Ganhando espaço tímido, mas seguro, na mesa do brasileiro, o pato apresenta boas condições para o desenvolvimento de uma avicultura lucrativa. Para quem quiser entrar na atividade sem grandes riscos e sem despender altos investimentos, o pato crioulo pode ser uma boa alternativa para o criador para agregar mais renda a propriedade, sem grandes preocupações com as condições de criação, dada a boa rusticidade deste animal.

Estes animais apresentam uma grande variedade de plumagens, da branca e preta, até azulado ou cinza, e ainda uma de cor vermelha, muito rara. Com os marrecos, dão um produto híbrido estéril, o paturi ou paturoba, muito apreciado por sua boa carne. Levados para a Europa receberam, lá, os nomes de muscovy, muskê, pato turco e pato-da-Barbária.

Não dão gritos e nem grasnam, apenas resfolegando ou assoprando pelas narinas e emitindo sons inarticulados tão baixos, que eles receberam o nome de “patos mudos”. Fossam a lama e poças d’água, comendo tudo o que encontram. São verdadeiros herbívoros. Irrequietos, provocadores e briguentos, atacam aves maiores, pequenos animais e até cães.

Quando estão com raiva, eriçam as penas da cabeça formando um topete, assopram furiosos e, de cabeça baixa, avançam contra o inimigo com golpes de asas, bico e unhas. No estado selvagem, a cor predominante é a preta (verde-negro-besouro) com as penas de vôo brancas.

O bico muito forte termina em uma unha multo resistente e é coberto por carúnculas vermelhas na raiz e que se estendem pela cara e ao redor dos olhos. Tem pernas fortes e dedos armados de fortes e afiadas unhas. Voam, nadam e mergulham muito bem. Os selvagens vivem de plantas e outros vegetais, sementes, insetos, larvas, crustáceos, peixes etc. Ao anoitecer levantam vôo, indo empoleirar-se em altas árvores.

São criados para a produção de carne, uma das melhores entre as de aves. A melhor época para o abate é quando os patinhos estão “cruzando”, Isto é, as penas maiores de suas asas se encontram sobre as suas costas. Embora maiores, os ovos de pata são menos procurados do que os de galinha.

Aptidões

A aptidão do pato crioulo pode ser considerada mista, pois as patas botam quase tanto quanto a marreca de Pequim, porém é, sobretudo usado na produção de carne, utilizando-se animais jovens com menos de um ano. O cheiro particular ou almíscar que pode ser notado após o sacrifício da ave, desaparece por cocção. Há a crença de que, cortando-se a cabeça e a base óssea da cauda por ocasião da matança, não se percebe o almíscar.

Apresenta sobre os marrecos a vantagem das próprias patas encubarem os ovos – 13 a 15 – o que dura cinco semanas. Os patinhos nascem muito viçosos e espertos, criam-se com facilidade, crescem rapidamente e aos 3 meses estão completamente cobertos de penas, atingindo os machos 3,5 Kg e as fêmeas 2. Nessa ocasião distinguem-se os machos por pequenas verrugas na base do bico. Com 15 semanas, atingem o peso da fêmea adulta.

A postura é intensa na primavera e no verão. Os ovos são grandes branco-esverdeados ou cor de pérola e gozam de reputação de serem muito nutritivos.

É menos exigente que o marreco em relação à água, contentando-se com a de beber. Havendo tanque, não permanecem muito tempo na água.

Ao contrário do marreco, que tem as asas atrofiadas, o pato voa, porém, não faltando comida e água, não se afasta do local da criação, sendo provavelmente das aves domésticas a mais sossegadas e menos andeja. Outra qualidade, que em certos casos pode constituir vantagem, é que não faz barulho característico de outras espécies de palmípedes. Na estação de reprodução é muito ardoroso, chegando a perseguir as aves de outras espécies na falta de uma companheira.

O manejo reprodutivo é muito mais fácil e barato se comparado a criação de marrecos e outras raças puras. Embora aves aquáticas, podem ser criados até sem água para nadar. Muito resistentes, quase não adoecem e comem de tudo. As próprias patas fazem o ninho e criam os filhotes, não dando nenhum trabalho. Elas começam a botar entre 5 e 7 meses, fazendo 4 a 5 posturas anuais, de 15 a 25 ovos cada uma e com a média de 80 ovos por ano, quando não chocam e criam as ninhadas.

A incubação ocorre em 30 dias. As patas são ótimas chocadeiras. O melhor é “deitar” várias patas no mesmo mos lotes maiores de patinhos e para que se possa transferir alguns, para outras patas, liberando várias delas para reiniciar a postura.

Para a incubação é necessário que fiquem “chocas”, o que é fácil verificar, pois soltam gritos típicos, enchem o ninho com penas e dele não saem, exceto para comer e nadar, o que é importante, porque precisem se molhar para umedecer os ovos, pois eles necessitam de umidade durante esse período. Pode-se usar, também, peruas e galinhas para incubar os ovos de pata. A incubação artificial dá ótimos resultados, mas só se empregada para grandes quantidades de ovos.

O patinho da variedade branca nasce completamente amarelo; o da preta, todo preto; o da malhada, preto e amarelo e o da vermelha, cor de chocolate. Muito resistentes, comem de tudo e podem ir para a água aos 2 dias de idade. Devem ser criados em terrenos secos, pois seu maior inimigo é a umidade.

As penugens de sua cauda são compridas e devem ser aparadas quando eles são criados soltos, para evitar que se encharquem ou fiquem cheias de lama. Os nascidos em incubadoras podem ser criados sem calor artificial, desde que o tempo não esteja frio. Seu crescimento é muito rápido, estando para o abate aos 2 meses de idade. Usar a mesma ração para pintos. Os adultos engordam com muita facilidade, com a barriga quase arrastando no chão.

O melhor é separar os reprodutores em um cercado com um pequeno tanque de água, comedouros para as patas fazerem seus ninhos. Estes podem ser de caixote medindo 45cm x 30cm ou, então, de tijolos apoiados no chão. Quando externos, os ninhos devem ter uma cobertura. Em 10 metros quadrados pode-se colocar 1 patão e 6 patas.

Aos reprodutores é dada a mesma ração das galinhas e muito verde. Quando soltos, encontram grande parte de seus alimentos, comendo de tudo. Pode fornecer também, fubá, milho, fareladas, batatas cozidas, restos de cozinhas, etc. Os machos atingem 4,5kg e as fêmeas 3,2kg.

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