A produção de açúcar cresceu na primeira metade de outubro deste ano e atingiu 1,91 milhão de toneladas, contra 1,12 milhão de toneladas em idêntica quinzena do ano anterior. Nesse período, 34,65% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 32,30% observados nos primeiros 15 dias de outubro de 2018.
O executivo da UNICA alerta que “na safra atual, o pico de concentração de ATR foi deslocado para o final de setembro e início de outubro. Logo, era esperado que as usinas tivessem dificuldades para reverter mais cana-de-açúcar para a fabricação de etanol nesse período”. Com a queda do ATR nas próximas quinzenas, espera-se um mix de produção ainda mais alcooleiro diante dos preços atrativos e da demanda aquecida pelo biocombustível, completou Rodrigues.
A fabricação de açúcar alcançou 23,71 milhões de toneladas no acumulado desde o início da temporada 2019/2020 até 16 de outubro. Esse valor é próximo daquele registrado em 2018 (23,46 milhões de toneladas), apesar do avanço da moagem em quase 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nesse mesmo período.
“Esse incremento da produção de açúcar observado até o momento reflete o avanço da colheita propiciado pelas condições climáticas favoráveis nas últimas quinzenas. Trata-se, porém, de uma condição pontual, já que a citada expansão da moagem não deve permanecer até o final da safra”, analisa o diretor da UNICA.
“A moagem acumulada observada até 16 de outubro desse ano foi igual àquela verificada no final de outubro de 2018. Ao comparar esses períodos com moagem equivalente, é possível verificar que a produção de açúcar hoje está aquém daquela registrada no ciclo 2018/2019”, acrescentou.
O volume fabricado de etanol, por sua vez, alcançou 2,29 bilhões de litros nos primeiros 15 dias de outubro (689,25 milhões de litros de etanol anidro e 1,60 bilhão de litros de etanol hidratado). No agregado da safra, a produção do biocombustível totalizou 27,52 bilhões de litros (8,31 bilhões de litros de etanol anidro e 19,20 bilhões de litros de etanol hidratado), alta de 5,93% em relação ao mesmo período do ciclo 2018/2019.
Importante ressaltar que os resultados acima incorporam também a fabricação do renovável a partir do milho. Na primeira quinzena de outubro, essa totalizou 20,21 milhões de litros de etanol hidratado e 44,06 milhões de litros de etanol anidro. A produção acumulada na temporada 2019/2020 alcançou 667,32 milhões de litros (448,08 milhões de litros de etanol hidratado e 219,23 milhões de litros de etanol anidro).
Vendas de etanol
Nos 15 dias iniciais de outubro, a venda de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 1,42 bilhão de litros. Desse valor, 1,34 bilhão de litros foram destinados ao mercado interno e apenas 73,82 milhões de litros para exportação.
Do total comercializado no mercado doméstico, 357,76 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 989,97 milhões de litros ao etanol hidratado. No caso do etanol hidratado, a cifra representa um crescimento de 4,35% sobre o resultado da mesma quinzena de 2018 (948,69 milhões de litros).
“As vendas de etanol hidratado pelas unidades do Centro-Sul confirmam a demanda aquecida pelo produto em decorrência da sua competitividade na maior parte do mercado brasileiro e do crescimento do consumo de combustíveis leves no País”, explica o diretor da UNICA.
No acumulado desde 1º de abril até 16 de outubro, as vendas internas de hidratado já alcançaram um aumento superior a 15%, atingindo 12,61 bilhões de litros, contra apenas 10,96 bilhões em 2018.