Agricultura

Fruticultura: negócio se mostra promissor

Apesar das perdas provocadas por problemas climáticos, a fruticultura brasileira fechou 2004 com um novo recorde: exportações de US$ 370 milhões, o equivalente a 850 mil toneladas, segundo cálculos do setor. Esse desempenho representou um crescimento de 10% em valor e de 5% em volume em relação a 2003, de acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). A previsão da entidade e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que as vendas externas do segmento possam ter um aumento de 20% na quantidade embarcada em 2005, em comparação com 2004, caso não ocorrem quebras causadas por intempéries.

Os prejuízos provocados pela seca e o excesso de chuvas às culturas de mamão no Espírito Santo e de uva, melão e manga no Nordeste foram compensados pelo excepcional desempenho das exportações de maçãs. No ano passado, as vendas externas do produto renderam ao país US$ 72,5 milhões, com um acréscimo de 92% sobre os US$ 37,8 milhões faturados em 2003. Em volume, o aumento foi de 112%, com embarques de 153 mil toneladas, contra 76,4 mil toneladas do período anterior.

Com uma colheita anual de quase 38 milhões de toneladas, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas, atrás apenas da China e da Índia. Os principais destinos do produto brasileiro são os Países Baixos, Reino Unido, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Uruguai, Portugal, Emirados Árabes, Alemanha e Canadá. O país quer ampliar as vendas externas para os países asiáticos. Em 2004, depois de 32 anos de negociação, o Japão abriu seu mercado à manga nacional. Embora as exportações brasileiras de frutas frescas tenham crescido mais de 200% nos últimos seis anos, a participação do país no mercado mundial é pequena. As vendas externas da fruticultura nacional correspondem a 1,6% em divisas e 2% em volume sobre as exportações mundiais do setor. No ranking do comércio exterior da cadeia produtiva, o Brasil ocupa o 20º lugar entre os exportadores, num mercado que movimenta cerca de US$ 21 bilhões/ano, representando um consumo de quase 40 milhões de toneladas.

A meta do Mapa é elevar as exportações de frutas frescas para US$ 1 bilhão até 2010. Para tanto, o Brasil está investindo em programas de sanidade, modernização do processo de produção e marketing internacional. Uma das principais ações para aumentar a participação da fruticultura brasileira no comércio global é o Sistema de Produção Integrada (PIF). Ele prevê cultivo de frutas de alta qualidade e sanidade, seguindo normas de sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e viabilidade econômica, mediante o uso de tecnologias não agressivas ao meio ambiente e ao homem. Hoje, o setor emprega mais de cinco milhões de pessoas e ocupa uma área de 3,4 milhões de hectares. Para cada US$ 10 mil investidos em fruticultura, é possível abrir três empregos diretos e dois indiretos. Por seu potencial de geração emprego e renda, a fruticultura é estratégica para a expansão do agronegócio brasileiro, destacam os técnicos do Programa de Desenvolvimento da Fruta (Profruta), do Mapa.

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