A sojicultora de Capão Bonito (SP), Elizana Baldissera Paranhos, de 39 anos é um exemplo das mulheres que assumem o comando de propriedades rurais no Brasil. Ela é da segunda geração de sua família que trabalha no ramo do agronegócio, e hoje realiza diversas palestras para falar de suas realizações. Agrônoma por formação e com mestrado na Universidade de Tecnologia e Agricultura de Tóquio (Japão), Elizana foi consagrada campeã do Desafio de Máxima Produtividade de Soja do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) da Região Sudeste na safra de 2014/2015. Na época, ela conseguiu colher em sua propriedade mais de 122 sacas de soja por hectare – a média nacional na mesma safra não passou de 61 sacas por hectare. Esse marco na vida de Elizana fez com que ela se tornasse membro efetiva do CESB.
Elizana conta que sempre viveu no campo. “Meu pai é produtor e trabalhava com a produção de uvas e, posteriormente, cereais. Desde muito pequena ele me levava para realizar os trabalhos no campo com ele”, relata. A produtora diz que na hora de trabalhar, nunca houve diferenciação entre ela e seu irmão, por ela ser mulher. “Eu aprendi a laçar e participava das provas de laço comprido. Minha avó dizia que isso não era coisa para menina, mas meus pais sempre me incentivaram. Eles sempre nos levaram para ajudar nos afazeres do sítio, como costurar sacos de feijão e tocar o trator, o caminhão”, conta.
Com isso, Elizana reflete que não foi ela quem escolheu a agricultura, e sim a agricultura que a escolheu. “Eu simplesmente cresci nela e nunca tive dúvidas da minha opção profissional”. O segredo para ter ótimos resultados em suas colheitas é o amor que ela dedica ao seu trabalho. Algo que ela vê como diferencial, também, na hora de conquistar o respeito dos homens, que ainda são maioria no campo. “Se você faz o que gosta e se tem conhecimento do assunto, o reconhecimento e o respeito são consequência. E falar de igual para igual também é fundamental”, considera.