Na medida em que ele reduz o tempo em que o produtor tem que trabalhar a terra porque o sistema é mais eficiente, a técnica permite que ele desenvolva outras atividade, facilitando inclusive a diversificação de culturas.
No início ela foi considerada tecnologia para grandes produtores, e para mudar este perfil o IAPAR, que em trabalho conjunto com a Emater do Paraná, promoveu, em parceria com a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, uma campanha e obteve amplo sucesso na adequação e adoção da tecnologia para pequena propriedade. Indo mais além, o trabalho envolveu o uso do Plantio Direto com tração animal, que teve seu início na safra de 1993/1994 com 1.642 hectares no Paraná e em 2001 alcançou 90.357 hectares no Paraná.Hoje esta área já está em 150 mil hectares.
No Brasil, a difusão e a adoção do Sistema de Plantio Direto na pequena propriedade foi largamente notada nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especialmente pelo trabalho desenvolvido pelas entidades de extensão oficiais, EMATER, EPAGRI e EMATER – RS. Este modelo brasileiro é então adotado e reconhecido por entidades internacionais, como o Banco Mundial e FAO. A tônica deste trabalho foi desenvolver equipamentos de plantio e de calcareação que pudessem ser puxados por tração animal conforme conta o agrônomo Badi Curi, um dos técnicos da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. “E isto foi o que solucionou o entrave para a adoção desta técnica na pequena propriedade”, ressalta.
Para o agrônomo da Associação do Plantio Direto no Cerrado, APDC, Carlos Henrique Castro Alves, o plantio direto veio auxiliar o pequeno produtor porque eliminou a necessidade de contratação de mão de obra de terceiros para ajudar no plantio. E depois que foram criados equipamentos ele mesmo passou a fazer o serviço. Além do mais, auxiliou na conservação do solo, porque ela é uma técnica conservacionista. “E depois que ele adota o plantio direto fica mais aberto para introduzir outras tecnologias na sua propriedade”, afirma Castro Alves.
Segundo o agrônomo da Emater RS, não existem programas específicos do Governo Federal para estimular o uso do plantio direto na pequena propriedade. O que pode ocorrer é que com as linhas de financiamento existentes, o produtor tenha mais facilidade de comprar equipamentos, mesmo que em grupo, e possa implantar esta técnica na sua propriedade. “Hoje já existem tratores e implementos destinados à pequena propriedade o que vai auxiliar enormemente a adoção do plantio direto”, finaliza.