Agricultura

Precisão no trabalho e nos lucros

Esta técnica preconiza a realização de um levantamento detalhado de toda a área que está sendo plantada, através de mapas de produtividades, a fim de detectar aquelas que são mais ou são menos produtivas e, a partir daí, fazer as correções necessárias para se melhorar a produtividade geral da fazenda.

Iniciado em 2001 no município de Não Me Toque, RS, ganhou a participação da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, no ano passado, o que deu condições para a realização e a análise de cerca de 5 mil amostras de solo. Isto possibilitou a identificação das zonas de baixa, média e alta produtividade, os problemas específicos de cada uma e como corrigi-las. Conforme acrescenta o coordenador do projeto Aquarius por parte da AGCO, o agrônomo Eduardo Souza, a universidade também proporcionou a realização de uma análise econômico-financeira do trabalho, a fim de que se conferir se a nova tecnologia dá o retorno que compense ao produtor.

Souza afirma que depois de analisado todos os dados da safra 2002/03 de soja, a aplicação desta tecnologia proporcionou um retorno de 6% de lucratividade na área de 256 ha em que foi implantado o sistema. “Isto significa algo como 2 sacas de soja a mais por hectare”, ressalta. Segundo o agrônomo a produtividade constatada em áreas com agricultura de precisão, foi de 55 sacas/ha enquanto que a convencional foi de 53 sacas/ha. Para o técnico a tendência de produtividade para esta safra que será colhida, é de obter aumentos maiores, principalmente da lucratividade. “Existem muitos ponto aonde é possível obter ganhos com a agricultura de precisão. Um deles é na colocação do volume adequando de fertilizantes, por exemplo, que será sempre na quantidade certa”, assegura.

O coordenador do programa diz ainda que nesta nova tecnologia existe um afastamento do conceito comumente utilizado de produtividade por hectare. Isto porque o que se vai medir é a lucratividade por área e o quanto cada talhão (pequenas áreas) produziu. “Não poderemos mais ter uma aferição global e sim, particularizada de cada pequena área”, explica, acrescentando que com este trabalho o esforço do corpo técnico vai ser o de conseguir melhorar a eficiência de cada talhão. “É como se colocar várias pessoas a realizar um mesmo trabalho. Cada uma vai ter um desempenho diferente. Mas em todas elas é possível aprimorar ao máximo esta produtividade”, compara. Souza aponta que gradativamente o uso da tecnologia de agricultura de precisão vai crescer no Brasil. “Não vai ser imediato, mas a médio prazo muitos produtores estarão dominando esta tecnologia”, finaliza

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