Discutir os desafios e perspectivas das transformações digitais para a extensão rural. Esse foi o objetivo de um seminário promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O “Emater Conecta” aconteceu na sede da empresa, em Belo Horizonte, dia 23 de setembro.
O encontro reuniu funcionários da empresa e representantes de instituições públicas e privadas. Esse é o primeiro de uma série eventos, que tem a proposta de promover uma mudança cultural na Emater-MG, visando às transformações digitais que impactarão no serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
“A Emater-MG está sendo pioneira nesse processo, buscando prestar um serviço cada vez mais ágil e de qualidade O conhecimento gerado por essas inovações tecnológicas irá possibilitar que antecipemos soluções para o campo”, disse o diretor técnico da Emater-MG, Feliciano Nogueira.
Um dos assuntos abordados no seminário foi o programa Emater-MG 4.0. “Temos o grande desafio de fazer com que a vanguarda digital chegue à agricultura familiar, elevando sua produtividade. A inovação, cada vez mais, é um insumo indispensável no campo”, afirmou o gerente da Assessoria em Gestão de Tecnologia da Informação, Marcos Lopes.
O programa faz referência à Agricultura 4.0, que se baseia em conteúdo digital por meio do processamento e análise do grande volume de dados, que vêm sendo produzidos em todas as áreas que contribuem com o desenvolvimento agrícola. Algumas das tecnologias empregadas na Agricultura 4.0 são internet das coisas, robótica, veículos autônomos, sensores, drones e satélites.
Uma das iniciativas da Emater-MG é o desenvolvimento da plataforma digital Deméter, que está em fase de teste. O software é composto de 14 módulos (temas/serviços) que se dividem em outros. Entre os módulos estão o cadastro de cliente, cadastro de propriedade e registro de atividade, por exemplo.
A ideia é oferecer ao técnico da empresa um sistema para auxiliar nas suas atividades. O software pode ser acessado por tablet, por exemplo, substituindo muitos trabalhos desenvolvidos em planilhas, formulários ou manualmente.
“Agora o técnico vai poder estar no campo, realizando as atividades e fazendo o registro delas no tablet. Isso vai possibilitar uma base de dados riquíssima sobre a agricultura de Minas, criando um perfil da atividade no estado. Tendo um banco de dados robusto, a Emater pode gerar conhecimento e devolvê-lo para o agricultor”, diz o gerente Marcos Lopes.
Um dos palestrantes foi o diretor executivo da Kukac, Roberto de Souza. A empresa é voltada para a Inteligência Artificial (IA), com desenvolvimento de produtos e consultoria de projetos. Ele falou sobre o impacto das novas tecnologias na sociedade e na agropecuária. “Se nós quisermos assumir a liderança na nossa política agrícola, nós precisamos essencialmente usar essas tecnologias para levar soluções que sejam tecnicamente viáveis até os produtores. O mais importante é sermos rápidos, porque, agora, o Brasil está muito atrás na corrida”, disse.