O Brasil possui atualmente uma população de bovinos de cabeças entre rebanho de corte e de leite. A distribuição desse rebanho se faz numa área de aproximadamente 180 milhões de hectares ocupadas com áreas de pastagens, sendo 105 milhões/ha com pastagens naturais, 74 milhões/ha de pastagens artificiais ou cultivadas e outros 24 milhões/ha, de área produtiva, mas não utilizadas. De acordo com os técnicos da Embrapa Pecuária Sudeste de São Carlos (SP), esse cenário está há alguns anos apresentando um quadro de estagnação e um dos motivos desta estabilização é a redução gradativa do suporte de pastagem. O manejo inadequado das áreas de pastagens e a falta de reposição dos nutrientes no solo são os principais motivos dessa degradação.
De acordo com o Dr Herbert Vilela Engenheiro Agrônomo e Consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, isso se deve ao fato de o pecuarista brasileiro possui uma cultura de exploração extrativista de suas áreas de pastagens. “Essa utilização predatória das pastagens causa uma forte diminuição do potencial produtivo do solo”. A maior parte das pastagens para bovinos de corte encontra-se atualmente nas regiões do Brasil Central cerrado,onde segundo Vilela a produtividade de uma área depende muito de fatores como clima, solo,planta, para um bom resultado final. “O clima tropical agride o solo, pois oferece em determinadas fases do ano sol em demasia e, em outras chuvas torrenciais que desagregam o solo de seus principais nutrientes explica o técnico”, conclui.
Para o engenheiro agrônomo e assessor agronômico da Bunge Fertilizantes Roberto Fleury Novaes Junior, em cada época uma deficiência específica de nutriente se apresenta com maior intensidade. “Dentro de uma escala de valores o fósforo e Cálcio são os minerais que apresentam maior deficiências podendo ser identificada praticamente durante todo o ano. Seguindo por outros macros e micros nutrientes consumidos em menor volume, mas que garantem um desenvolvimento para a planta dentro de padrões de valor nutricional que atenda as necessidades do gado seja ele de corte ou leite”.
A região do Brasil Central possui atualmente a maior concentração de rebanho de corte do país, pois sua produção equivale à 60% de toda a produção de carne bovina que atende o mercado nacional e também os da exportação. Porém o que se observa essa região é cerca de 80% de seus mais de 50 milhões de hectares utilizados com áreas de pastagem, estão apresentando algum tipo de degradação. Com o clima na região dos cerrados possui seus períodos de chuva e estiagem bem definidos é de grande importância o planejamento por parte do pecuarista na hora da escolha do melhor sistema de pastagem que vai utilizar na sua fazenda. Para isso explica o assessor Agronômico da Bunge Fertilizantes. O pecuarista precisa de auxilio técnico, pois a má informação é que leva muitas vezes a perda de toda área de pastagem.
As propriedades que utilizam o sistema de pastejo extensivo na região do Brasil Central correspondem hoje a mais de 70% das áreas plantadas. De acordo com o engenheiro agrônomo do corpo técnico da Dow Agrociences João Carlos Braga de Vasconcelos Barros boa parte das pastagens brasileiras apresentam problemas sérios de conservação. E após realizadas as analises técnicas na propriedade e detectados os problemas existem duas formas de se resolver o problema. A primeira é através da reformulação total da área atingida e, uma segunda opção é a recuperação e controle de plantas invasoras na pastagem. Processo esse que na opinião do agrônomo é bem mais rápido e rentável para o pecuarista, pois independe da utilização de máquinas na sua realização.
O técnico explica que ambos os processos dependem de analise técnica, mas se for necessário optar pela recuperação do pasto isso gera um aumento de até 50% no custo do pecuarista, pois é de R$ 80 por hora. “O sistema de reforma geral da pastagem consiste em remover todo o solo com grade de arado para aplicação de Calcário para a correção do solo. Aí o pecuarista precisa aguardar por 60 dias para o solo atingir um nível de saturação que propicie a realização do plantio. Depois de efetuado o plantio o produtor precisa esperar mais 30 ou 40 dias para fazer o controle de concorrência por plantas invasoras com controle químico. Em resumo reforma significa custos elevado ap pecuarista e terras ociosas de 90 a 120 dias e isso é sinônimo de prejuízo ao pecuarista”, explica.
Para Barros é consenso no meio científico que o sistema de recuperação das áreas atingidas deve ser defendido até as últimas conseqüências. Pois além de ser um processo que diminui os custos reduz o tempo de esperar para utilização da área de forma bastante significativa. “Após analise realizada por técnicos observa-se se a quantidade de planta por metro ² é suficiente para repovoar a área, realizando o controle sobre as plantas invasoras na pastagem. A segunda fase está em fazer a analise do solo e a reposição da fertilidade através da adubação nitrogenada. Posteriormente deve-se fazer a veda da área por um período de 40 dias para o capim enfolhar novamente e passando o período quarentena à área pode ser utilizada normalmente”, explica o técnico.