Da origem desta planta existem várias versões. Umas apontam para a Índia, outras para as ilhas do Pacífico e há ainda quem acredite ser ela africana. Aqui no Brasil, mais precisamente na Bahia, chegou a bordo das embarcações portuguesas em 1553. Da região, se espalhou naturalmente pelas correntes marítimas por toda a costa do país. Até a chegada das escravos africanos, só eram utilizadas a água e a polpa da fruta. Mas os moçambicanos, onde a extração do leite de coco herdada da índia, era prática comum, deram início à mistura que resultou na cozinha típica baiana.
Há quem coma também o caule, verdadeiro palmito, sem falar que hoje a palha é usada para cestos, escovas e vassouras. A fruta tem vitaminas B, B2e C, além de cálcio, fósforo, ferro, proteínas, gordura e fibras. A polpa do coco é anti-inflamatória e vermifuga e sua água, considerada um soro vegetal, é diurética e calmante. A medicina caseira aconselha uma colher de polpa ralada como ótimo vermífugo natural e vários copos de água de coco ao dia em caso de desidratação, cistite, úlceras gástricas e artrite. A água serve ainda como adstringente natural. Cada 100 gramas de polpa de coco contém 296 calorias.
Chamada cientificamente de Cocos cucifera, a planta é da família das palmáceas (palmeiras) e cada árvore pode atingir até 40 metros de altura. Seu ambiente ideal é o clima quente e úmido, com grande incidência de sol ao longo de todo ano. Para o cultivo dirigido ela se propaga através de sementes e exige rega apenas nos primeiros meses após o plantio, que deve ser feito da seguinte forma: em covas que deve ter 80 centímetros de profundidade e 80 de diâmetro. Já o espaçamento ideal é de 5 metros de distância entre as mudas. O tipo de solo perfeito para o plantio é o arenoso, para drenar a água das regas e chuvas.
A planta exige adubação, que pode ser feita na própria propriedade, a base de 10 litros de esterco de curral bem curtido, 200 gramas de farinha de osso e 200 gramas de torta de mamona por planta. Não são necessárias podas , embora as folhagens possam ser colhidas para utilização na produção de cestos paneiros, chapéus e outros utensílios.
A frutificação acontece ao longo de todo ano, mas só a partir do quarto ano após o plantio, rendendo cerca de 300 frutos por planta ao ano.
Algumas pragas podem comprometer o desenvolvimento das mudas e, sobretudo, a produtividade do coqueiro. Entre os inimigos mais comuns da cultura estão o ácaro-do-fruto, lagartas-das-palmeiras.
Nova tecnologia garante a conservação da água de coco
A Embrapa desenvolveu uma tecnologia de conservação de água de coco envasada que mantém as propriedades e oferece maior tempo de prateleira do produto. Isso é possível graças ao processo de ultra-filtragem, feita por uma membrana microporosa em temperatura ambiente. Nela ficam retidos os micro-organismos responsáveis pela deterioração da água de coco e as enzimas que provocam alterações sensoriais (na cor, sabor e aroma do produto). Os métodos tradicionais de coco pode sofrer alterações sensoriais. O uso do congelamento, por sua vez, implica em altos custos e impede o consumo imediato.
A água de coco envasada e refrigerada apresenta uma vida-de-prateleira bastante curta, de cerca de dois dias, restringindo bastante a expansão deste mercado. A água de coco verde é uma bebida agradável, que possui grande apelo popular devido suas qualidades terapêuticas e nutricionais.
Em geral, este produto é comercializado dentro do próprio fruito. Esta prática envolve problemas relacionados principalmente ao transporte, armazenamento e perecibilidade do produto, sendo fundamental a sua industrialização.