Agricultura

O ouro líquido da Amazônia

Conhecida como a cidade do guaraná – fruto mais cultivado na região, desde seus primeiros habitantes, os índios maués e mundurucus – Maués possui 40.296 Km² e aproximadamente 41.082 habitantes (64% deles encontram-se na zona rural e 36%, na urbana). O município produz, anualmente, 300 toneladas de guaraná (300 mil quilos de guaraná torrado), e conta com 6.125 produtores independentes.

Desde 1972, o refrigerante da AmBev adquire suas sementes no município, onde desenvolve a tecnologia do cultivo e promove ações sociais.

Localizado a 250 quilômetros de Manaus, perto da fronteira do Amazonas com o Pará, o município de Maués é considerado a terra do guaraná. Há mais de 50 anos, a AmBev – Companhia de Bebidas das Américas – está presente na região e hoje adquire 560 das sementes de guaraná da Amazônia para produzir o Guaraná Antárctica.

Destas sementes, 80% são provenientes de Maués. Devido a esse relacionamento duradouro com a região, a companhia escolheu esse município para investir em pesquisa sobre o guaraná e em programas de desenvolvimento social. Além de adquirir as sementes em Maués, a AmBev implantou na cidade a Fazenda Santa Helena, seu centro de desenvolvimento do guaraná, onde mantém o maior banco de germoplasma do mundo. A companhia também compartilha com os produtores locais seus avanços tecnológicos sobre o guaranazeiro. Num dia de campo, que ocorre todos os anos, a AmBev busca repassar seus conhecimentos sobre o plantio do fruto, como o espaçamento das mudas, a utilização do adubo etc.

O Projeto Maués, recém-lançado na região e criado a partir de uma parceria da AmBev com a prefeitura de Maués, é composto por quatro programas (implantação de pólos, renovação e ampliação dos guaranazais, fornecimento de mudas e apoio ao desenvolvimento da avicultura) com o objetivo de alcançar em três anos uma produção dos guaranazeiros oito vezes maior que a atual. Além disso, na área social, a AmBev implementou para o município o Alfabetização Solidária, que já ensinou a ler e escrever cerca de 200 produtores rurais.

A Fazenda Santa Helena

Inicialmente, a Antárctica comprava o fruto de guaraná diretamente de fornecedores da região Amazônica. O guaraná era transportado até São Paulo para a produção do extrato e distribuído às engarrafadoras. Em 1962, entrou em atividade uma fábrica para a extração do guaraná em Maués, no Amazonas.

Em 1971, com o aumento da demanda, a Antárctica plantou 80 mil metros quadrados do fruto, utilizando técnicas modernas de cultivo. Em seguida, implantou a Fazenda Santa Helena, onde passou a desenvolver pesquisa para combater pragas como o “tripes” (inseto que ataca a planta em praticamente todos os seus estágios de crescimento), técnicas de adubação e poda e desenvolvimento de mudas.

A Fazenda Santa Helena possui 1.070 hectares. O nome da fazenda é uma homenagem a Helena Zerrenner, uma das fundadoras do Grupo Antárctica. A AmBev é o único fabricante de guaraná que cultiva seu próprio guaraná. Desta forma, a empresa assegura o fornecimento da matéria-prima autêntica e natural para a produção do refrigerante que se traduz na própria qualidade do produto final.

A Festa do Guaraná

Todos os anos, a cidade de Maués realiza a Festa do Guaraná – uma das mais tradicionais comemorações da região, que acontece desde 1979 no município. A Festa do Guaraná, que tem duração de três dias, tem início com o “Dia de Campo”, quando agricultores, pesquisadores e demais entidades se reúnem para discutir sobre as últimas descobertas a respeito do fruto, encabeçadas pelas pesquisas realizadas na própria fazenda Santa Helena, conhecida como o maior laboratório de guaraná do mundo. Depois disso, a celebração continua com desfile e apresentação de bandas típicas e a eleição da Rainha do Guaraná (cada candidata deverá usar em sua fantasia folhas, frutos ou algo relacionado ao guaraná). O evento conta ainda com competições de esculturas de areia, pipas, decoração e limpeza de ruas, entre outras, mas o momento mais belo da festa é a encenação da lenda do guaraná, feita pelos índios nativos.

A força da marca Antártica

O Guaraná Antárctica é, segundo seus fabricantes, o único refrigerante de sabor guaraná produzido com sementes 560 da Amazônia. Criado em 1921, o refrigerante é líder no segmento guaranás com 28,3% de participação (AC Nielsen outubro 2002). É distribuído em cerca de 1 milhão de pontos- de- venda em todo o País. O Brasil é o 3º maior mercado mundial de refrigerantes.

Hoje, o sabor guaraná é o quarto mais consumido no mundo e a marca Guaraná Antárctica está entre os 15 refrigerantes mais vendidos do planeta com um volume anual de 800 milhões de litros. Com a parceira AmBev/PepsiCo., o Guaraná Antárctica pretende estar entre os 10 refrigerantes mais consumidos no mundo, no período de cinco anos. AmBev exportará o extrato de guaraná do amazonas para a produção e distribuição nas unidades mundiais da Pepsi-Cola. O produto já está sendo comercializado em Portugal, Espanha, Porto Rico e Japão.

Fórmula não se alterou

Desde sua criação, em 1921, até os dias de hoje, a fórmula do Guaraná fabricado pela Antárctica se mantém a mesma e é guardada em absoluto sigilo: somente duas pessoas dentro da companhia conhecem o segredo. O produto passou a ser comercializado no início do século, quando os técnicos da empresa conseguiram eliminar a adstringência e o amargor natural da fruta. Essas características limitavam o potencial da bebida para conquistar os consumidores, pois não eram eliminadas pela tecnologia disponível daquela época, tempo em que se esboçavam os primeiros estudos sobre a utilização da fruta em refrigerantes.

Com a fórmula aprimorada, foi elaborado um buquê especial, assim a companhia deu início à produção do Guaraná Champagne, que era chamado dessa forma por ser uma bebida espumante. A tecnologia desenvolvida pela AmBev para o Guaraná Antárctica permite a obtenção de aromas puros, bem como a separação nas fases do processo de componentes específicos, formando um composto aromático estável e homogêneo, que é complementado pela adição do extrato do guaraná, também fabricado pela empresa.

O Guaraná Antárctica é fabricado com o extrato da própria fruta, o que conserva suas características principais. As matérias-primas aromáticas que compõem o buquê – basicamente óleos essenciais naturais, acrescidos de outros compostos de extratos aromáticos extraídos de frutas cítricas – são elaboradas na própria companhia.

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