A nutrição animal tem uma responsabilidade no mundo. Além de satisfazer as necessidades alimentícias dos animais tanto em quantidade como em qualidade, o setor também visa complementar as necessidades proteicas da população mundial. O setor, que projeta um crescimento de 2.5% neste ano na região Latino-americana, vivencia um processo de transformação graças aos fatores sociais, ambientais e políticos.
Em primeiro lugar estão as mudanças climáticas que são um grande desafio para todas as indústrias produtoras no mundo. As empresas estão enfrentando o aumento de custos de produção pela redução de matérias primas e como resultado buscam novas práticas industriais para otimizar processos e oferecer produtos de melhor qualidade para a população
Nesse sentido a indústria da nutrição animal tem o compromisso de ajudar com o uso mais eficiente dos recursos disponíveis, fazendo um trabalho de cooperação entre produtores, assessores técnicos, veterinários e demais profissionais do setor para criar melhores e mais eficientes mecanismos de alimentação para animais.
Segundo o estudo “O futuro da alimentação e agricultura, tendências e desafios” realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a escassez de recursos naturais e a mudança climática ameaçam a sustentabilidade dos sistemas alimentícios em um mundo onde já existem quase 795 milhões de pessoas que vivem com fome e mais de 2.000 milhões sofrem de obesidade.
“A indústria precisa atuar em muitos temas e a mudança climática é um deles. A nutrição por fontes de proteína animal é uma parte importante da dieta da população e com a redução de recursos naturais o trabalho torna-se cada vez mais desafiador e obriga o setor a procurar outras fontes de alimentação, mais completas e acessíveis, para suprir a demanda pecuária “, afirma Pablo Azpiroz, presidente da FeedLatina – Associação das Indústrias de Alimentação Animal da América Latina e Caribe.
Além disso, está a segurança dos processos da indústria de alimentação animal que é uma das ferramentas chaves para obter produtos de qualidade e reduzir os problemas sanitários que estão se apresentando fortemente em lugares como a Ásia. As enfermidades em animais trazem consequências econômicas para os países que importam e exportam produtos de origem animal e põem em perigo a saúde da população. Por isso, a FeedLatina acredita que ter sistemas de controle sanitário em cada país alinhados a um sistema que contemple a América Latina contribui para a prevenção deste tipo de problema na região.
A comunicação e divulgação das informações e notícias sobre o setor deve ser clara para todos os profissionais da indústria, além dos médicos veterinários que trabalham no campo, para fomentar a conscientização em todas as áreas da saúde animal.
Como resultado destes desafios, a inovação também é parte das prioridades da indústria: o desenvolvimento de novos equipamentos, máquinas, mudanças nos processos produtivos cada vez mais rápidos e efetivos e a procura constante de novos ingredientes ou matérias primas naturais que antes não eram utilizadas. Todo este ecossistema de inovação deve ser integrado desde o início, com a obtenção do ingrediente, até o processo final, com a alimentação do animal.
Finalmente, o entendimento e harmonização de normativas entre os países da América Latina facilitaria o trabalho da região. “No mercado Latino-americano é necessário trabalhar em conjunto com o setor regulatório de cada país e as empresas com o objetivo de alcançar uma convergência regulatória que estipule regras claras de segurança, de exportação ou importação e fortaleça a economia como um único bloco. Está é una das prioridades que a FeedLatina tem desde 2007”, afirma o presidente da associação.