Considerando a previsão de crescimento da demanda nos próximos dez anos, a produção de etanol deverá passar dos atuais 30 bilhões de litros para 48 bilhões de litros somente para atender as metas do RenovaBio.
Para atender a necessidade dos países asiáticos com o E-10 (China, Índia e Filipinas), que devem adicionar 10% de etanol na gasolina, e o E-20 (Tailândia), que deve adicionar 20% desse biocombustível, será necessária uma produção adicional imediata de 19,4 bilhões de litros de etanol por ano.
Alexandre Godoy, vice-presidente e diretor de engenharia de processos e novas tecnologias da Fermentec, apresentou em palestra na maior feira de Bionergia do mundo – a FENASUCRO -, a expectativa de um cenário de produção totalmente favorável para a implantação de usinas flex, que processam cana e milho, como já existem nos estados da região centro-oeste, que conta atualmente, com quatro usinas instaladas, sendo três com estrutura flex e uma exclusiva de milho. Outras sete unidades estão em processo de instalação.
“O milho não compete com a cana. Pelo contrário, em razão da entressafra ter uma duração de cerca de seis meses, as usinas podem acrescentar o milho para operar nesse período. Além disso, a instalação de uma usina de cana até a sua operação leva em torno de quatro a cinco anos. Uma usina de etanol de milho já pode produzir em um prazo máximo de 18 meses”, diz Godoy. A produção de etanol a base de milho surge como elemento estratégico para as usinas das regiões sul e sudeste aproveitarem as oportunidades.
Em relação ao material disponível para a produção, ele observa que a safra de milho no Brasil é suficiente para atender a demanda. De acordo com os dados da Conab, divulgados no início de agosto, em 2019, a produção do grão deve atingir 73,1 milhões de toneladas. “Com 17 milhões de toneladas de milho é possível produzir cerca de 8 bilhões de litros de etanol. Temos produção suficiente para atender a essa demanda”, afirma Godoy.