Para promover a sintonia entre o aumento de produtividade e a otimização do tempo de atividades nas lavouras, é fundamental que os produtores de frutas, verduras e hortaliças estejam munidos de dados, informações estratégicas e um excelente nível de percepção sobre os principais desafios encontrados em todas as fases do cultivo, do plantio até a colheita. Para o engenheiro agrônomo Ângelo Yoshimura, consultor parceiro da ADAMA para assuntos relacionados à hortifrúti, a resistência de pragas aos defensivos aplicados nas lavouras é uma questão central para o cotidiano dos produtores de HF.
“Dentre os principais problemas relacionados às lavouras de hortifrúti, podemos destacar a ação da mosca branca e a presença de nematóides em diversas culturas.
Os nematoides podem causar danos diretos e indiretos. As lesões, necroses e/ou dilatações radiculares (galhas) são danos diretos que impedem o desenvolvimento normal do sistema radicular e a absorção de água e nutrientes. Como consequência há a possibilidade de redução da produtividade e até a morte das plantas. Considerando os danos indiretos, os nematoides abrem ‘portas de entrada’ para outras doenças causadas por fungos e bactérias do solo”.
Outro problema enfrentado no cultivo de hortifrúti é a mosca branca, que suga a seiva das plantas e permite o desenvolvimento da fumagina. Além disso, a mosca branca é responsável pela transmissão de mais de 200 tipos de fitoviroses em plantas cultivadas ao redor do mundo.
“Nos últimos 25 anos, a resistência que esta praga desenvolveu aos principais inseticidas nos mostra uma realidade preocupante. Para combater a mosca branca, temos que utilizar um inseticida que tenha ação letal em todas as fases do inseto, em adultos, ovos e ninfas. Não existe um princípio ativo que, isoladamente, tenha ação letal sobre as três fases. A combinação de diferentes princípios ativos no balanço ideal, de diferentes grupos químicos e que atuem em todas as fases de desenvolvimento do inseto e sem casos de resistência é, no momento, a melhor alternativa para combater a praga”, afirma Ângelo Yoshimura.
Para prevenir e mitigar os efeitos destas pragas, os produtores precisam identificar em quais áreas de suas lavouras estão estas resistências e fazer a opção por produtos que, além de serem individualmente eficientes, possam ser associados ao controle biológico por meio de um manejo integrado de todos os organismos.
Segundo o consultor, além das questões relacionadas a pragas e doenças que atuam nas lavouras, os agricultores também sofrem bastante com as mudanças climáticas que vêm sendo registradas nos últimos anos. “Temperaturas irregulares e incompatíveis com as estações correspondentes interferem de forma significativa no bom desempenho das lavouras, pois alteram drasticamente as condições naturais e favoráveis para a realização de cada etapa destas atividades”, afirma.