A escolha adequada da época de plantio é de fundamental importância para o produtor de milho aumentar seus ganhos.
Com o plantio de milho na época adequada à sua região, o produtor rural evita perdas desnecessárias. A produtividade é maior quando as condições do clima permitem o plantio nos meses de setembro e outubro.
Na região Sul do Brasil, devido à ocorrência regular de chuvas, a época de plantio é maior: vai de agosto a dezembro. Em qualquer região, se o milho for plantado depois da época recomendada o rendimento pode cair até 30 kg/há por dia de atraso.
Para lavouras não irrigadas, a época de plantio deve ser planejada para coincidir a floração do milho e o enchimento dos grãos (fases mais exigentes em água) com o período de chuvas. Já o milho irrigado pode ser plantado durante todo o ano, exceto no inverno das regiões onde ocorrem geadas.
Os produtores brasileiros já contam com um zoneamento agrícola que fornece informações precisas sobre as épocas recomendadas para o plantio de milho. O site www.cnpms.embrapa.br, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), oferece esse serviço, assim como instituições de assistência técnica públicas e privadas e agências bancárias que trabalham com crédito rural.
O rendimento da cultura do milho é resultado do potencial genético da semente utilizada, das condições do local de plantio e do manejo da lavoura. A escolha certa da semente a ser plantada e o manejo adequado da lavoura são responsáveis por até 50% do rendimento final.
Atualmente existem no mercado mais de 200 cultivares de milho, cada uma com características próprias. A escolha pura e simplesmente baseada no gosto pessoal, na disponibilidade e no preço pode não ser a melhor. A Embrapa recomenda que, na hora da escolha da semente, sejam levados em conta principalmente: a adaptação à região de cultivo, o potencial produtivo, a estabilidade de produção e o sistema de produção utilizado.
Além dessas informações, o produtor deve considerar outras referentes à semente que pretende usar em sua lavoura. Empresas de assistência técnica, de pesquisa e produtoras de sementes são boas fontes de informação. Deve-se sempre lembrar que anualmente novas cultivares de milho (híbridos e variedades) são lançadas no mercado brasileiro de sementes.
Na hora de plantar as sementes de milho adaptadas à sua região, o produtor tem que ter um bom planejamento. Afinal, o plantio é o início de um processo que dura cerca de 120 dias e afeta todas as operações seguintes. Por isso, o sucesso ou o insucesso de uma lavoura de milho pode estar na hora em que ela é plantada. A densidade é o número de plantas por área. Dependendo da semente usada, ela varia de 40 a 70 mil plantas por hectare. Pequenas diferenças na densidade, para mais ou para menos, influem no rendimento final. Quanto maior a densidade de plantio, mais alto será o rendimento da lavoura; até o ponto chamado “densidade ótima”, quando o rendimento é o máximo possível. A partir daí, o aumento da densidade acarreta diminuição na produtividade. A densidade em plantios tardios ou na safrinha deve ser menor do que nos plantios em épocas normais.
O espaçamento entrelinhas, no Brasil, tem variado de 70 a 100 cm, com uma tendência de se usar cada vez mais os espaçamentos reduzidos. As vantagens de se adotar espaçamentos entrelinhas menores são: aumento no rendimento de grãos devido à melhor distribuição das plantas na área; melhor controle de plantas daninhas; e redução da erosão, pela cobertura antecipada da superfície do solo.
A baixa fertilidade dos solos e o uso incorreto de calcário e de fertilizantes, principalmente nitrogênio, limitam a produção de milho. A calagem e a adubação equilibrada, desde que feitas seguindo recomendações técnicas, podem melhorar a fertilidade do solo.
A análise do solo onde será plantado o milho é fundamental. Com o resultado dela, é definida a quantidade de fertilizantes e de calcário a serem usados. Se a calagem não for feita adequadamente, a eficiência dos fertilizantes diminui. Além disso, doses corretas da adubação de cobertura fornecem o suprimento necessário de nitrogênio na época em que a planta mais precisa. A melhoria da qualidade química dos solos possibilita até 50% de aumento na produtividade de milho.
As pragas que atacam as lavouras de milho no Brasil causam um prejuízo anual estimado em um bilhão de reais. Os danos causados às lavouras são enormes, pois elas alimentam-se das sementes após a semeadura, das raízes após a germinação e da parte aérea de plantas. Pragas como as lagartas elasmo, do cartucho e da espiga são, no entanto, controláveis e seus danos podem ser minimizados.
Para realizar o controle adequado de pragas, deve-se observar o histórico da área de cultivo e tirar amostras do solo e das plantas, identificando corretamente os insetos e realizando o tratamento de sementes ou pulverizando a área, conforme o tipo de praga. O tratamento das sementes deve ser feito em local adequado. Já nas pulverizações devem ser usados inseticidas específicos para a praga que se quer controlar, o que preserva os inimigos naturais da praga.
As plantas daninhas competem com a cultura do milho por água, luz e nutrientes e podem hospedar pragas e transmitir doenças. As perdas médias estimadas devido a essa competição, que ocorre nas primeiras semanas após a emergência, são de 13%, e podem chegar, em alguns casos, a 90%.
A recomendação principal para se evitar a ocorrência de plantas daninhas na cultura do milho é mantê-la limpa nas primeiras sete semanas. Existem quatro métodos de controle de plantas daninhas: preventivo (inibe a entrada de novas espécies na área de produção), cultural (usa práticas agrícolas como época de plantio e densidade), mecânico (capina – pode ser manual ou tracionada) e químico (aplicação de herbicidas – indicada apenas para lavouras com rendimento superior a 3.900 kg/ha).