Mercado deve consumir 120 milhões de doses e indústria garante estar preparada para atender esta demanda.
Os laboratórios veterinários adiantaram-se à criação do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros, ocorrida recentemente, e já estão perfeitamente enquadrados – em infra-estrutura física e tecnologia de fabricação e controle de qualidade – ás novas normas técnicas contra raiva em bovinos e equinos e preparados para atender à demanda, que deve aumentar a partir da obrigatoriedade de imunização dos animais contra essa doença.
A informação é de Antônio Roberto Corrêa, diretor vice-presidente do laboratório Biovet e coordenador da Comissão de Raiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), que tem assento nas reuniões do Programa Nacional de Controle da Raiva, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Segundo dados do Sidan, ainda não há previsão real de demanda de vacinas contra raiva bovina e equina, a partir da criação do Programa Nacional de Controle, mas a indústria veterinária calcula que em 2002 devem ser consumidas pelo menos 120 milhões de doses. “Já solicitamos ao MAPA a quantidade de doses de vacina contra a raiva para atender o Programa e estamos aguardando o levantamento dos dados”, explica Milson da silva Pereira, diretor executivo da entidade. “O mercado da vacina anti-rábica para grandes animais consumiu em torno de 60 milhões de doses no ano passado. Os laboratórios têm capacidade instalada para atender a demanda interna e ainda disponibilizar produtos para exportação” informa o dirigente.
Testes mais modernos
Para atender às novas normas técnicas para o controle da raiva nos bovinos e equinos, os laboratórios veterinários investiram principalmente na estrutura de testes-controle. Roberto Correa explica que o Brasil ainda avalia a qualidade das vacinas anti-rábicas usando os testes de Habel, pelo qual camundongos são imunizados, posteriormente desafiados e comparados aos grupos controles não vacinados. Esse teste irá mudar para o NIH (National Institute of Health), que compara a qualidade das vacinas anti-rábicas com uma vacina referência-internacional, diminuindo dessa forma possíveis diferenças de teste para teste. “Ressalte-se que a mudança de padrão não interferirá diretamente na qualidade das vacinas, que já é asseguradas pelo MAPA nos testes atuais realizados no Laboratório de Referência Animal (Lara), de Campinas/SP, mas possibilitará maior competitividade às indústrias brasileiras”, afirma Correa.
“É grande a disparidade entre o padrão do teste de Habel utilizado atualmente no Brasil e o internacional. Nos demais países exige-se potência de 1.000 DN da vacina enquanto no Brasil, por determinação do Ministério da Agricultura, os produtos devem conter no mínimo 10.000DN. com a adoção do padrão NIH, os testes no Brasil serão equiparados aos praticados internacionalmente e poderemos, inclusive, exportar”, explica Roberto Corrêa.