O setor canavieiro é um dos segmentos mais competitivos e que exige extrema precisão nos processos, por isso, para obter sucesso e lucro no fim da safra é necessário ser altamente eficiente. A tarefa não é fácil, mas algumas usinas têm apostado em ferramentas disponíveis no mercado para ajudar nesse desafio, como é o caso da mineira Bevap, sediada no noroeste do Estado de Minas Gerais, no município de João Pinheiro, na região do Vale do Rio do Paracatu.
A usina é uma das mais avançadas tecnologicamente no Brasil na produção de etanol, açúcar e co-geração de energia elétrica. Segundo Wanderson Bruno de Almeida, engenheiro agrônomo e gestor de irrigação, na última safra foram processadas 2.84 milhões de toneladas, que resultaram em 1.42 milhões de sacos de açúcar, 195.48 milhões de litros de etanol e 398.025,0 MWh de energia produzida. “Este ano com a adoção de ferramentes tecnológicas, a meta é ultrapassar três milhões de toneladas”, diz o gestor.
No total a Bevap possui mais de 31 mil hectares de área plantada de cana, sendo ela 100% irrigada. Atualmente a usina tem em operação 123 pivôs, entre lineares, centrais e rebocáveis. Destes, 24 pivôs já operam com o FieldNET. A tecnologia de gerenciamento sem fio totalmente integrada, e exclusiva da Lindsay, possibilita ao produtor monitorar a irrigação em qualquer marca de pivô, aumentando a produtividade e utilizando melhor os recursos naturais.
A ferramenta permite a visualização e controle dos sistemas praticamente de qualquer lugar. A partir de um acesso remoto, seja por smartphone ou tablet, a ferramenta possibilita a criação de planos de irrigação de taxa variável, que define paradas e movimentos, cria relatórios de uso, monitora o desempenho e os ganhos em toda a operação e ainda passa atualizações e alertas em tempo real.
Segundo o profissional, a usina optou em iniciar a utilização do FieldNET nos 24 equipamentos, por estes serem mais novos da marca Lindsay, mas a meta é automatizar 100% dos equipamentos até 2020. Para isso, a empresa instalou nos pivôs o Pivot Control, tecnologia com o selo de qualidade da Lindsay que possibilitou usar o FieldNET também em pivôs de outras marcas. “Para nós da Bevap, a solução do Pivot Control foi extraordinária, pois temos pivôs de várias marcas e modelos, antigos e novos, e com esta solução não precisamos investir na troca dos painéis centrais dos pivôs, o que seria um grande investimento. O FieldNET possui um custo menor de implementação em relação à concorrência”, destaca Almeida.
Ganhos produtivos
Utilizando a pouco mais de um ano a tecnologia do FieldNET, a Bevap já apresentou melhoras gigantescas na operação da irrigação. Segundo o gestor da usina, houve redução da quilometragem rodada pelas motocicletas, já que os operadores dos pivôs utilizam estes veículos para cuidar e operá-los. Reduzindo assim gastos com combustível e manutenção de motos.
Também houve ganho de eficiência operacional da irrigação.”Como temos os horários de ponta (das 17h às 20h), período onde a energia é mais cara e não irrigamos, iniciamos os desligamentos dos pivôs às 16h20 e só religamos às 20h40. Ou seja, ganhamos mais de uma hora de irrigação por dia, isto em pivôs de lâmina baixa”, destaca o engenheiro agrônomo.
Outro fator importante apontado pelo profissional, foi que a usina irrigou 50mm a mais na safra. “Este é um dado importantíssimo, pois na nossa região, a cada 10mm de água ganhamos uma tonelada de cana, aproximadamente. Só este ganho já pagou o FieldNET no primeiro ano”, disse.
Antes da tecnologia da Lindsay, os funcionários da usina não sabiam o momento que o pivô entrava em segurança, e nem havia controle, e com isso se perdia eficiência de irrigação, pois um operador poderia demorar horas até identificar que o pivô parou a operação. Segundo o gestor, à noite, era o período mais crítico, pois se um pivô parava devido a algum problema, e a segurança dele com a bomba não atuasse, este equipamento poderia ficar horas parado aplicando água no mesmo local, ocorrendo desperdício dele e de energia elétrica, podendo até ocasionar erosão.
Com a implantação da ferramenta de monitoramento remoto, a usina passou a obter dados em tempo real de quando um pivô apresenta alguma anomalia, e assim a solução é feita rapidamente, sem ocorrer estes desperdícios. “Passamos a ter controle real das lâminas aplicadas, relatórios e dados reais, pois antes do FieldNET era realizado o apontamento pelo operador do pivô, que inseria as informações no tablet, com apontamento digital, porém era o que o operador visualizava e quando visualizava. Agora a próprio pivô realiza os apontamentos, com informações precisas”, pontua Almeida.