Com a previsão do tempo indicando quedas bruscas na temperatura nos próximos meses, é hora de os produtores rurais ficarem atentos aos possíveis efeitos provocados pelo frio nas plantações. Nesta época, é muito comum haver perdas severas nas colheitas e grandes prejuízos financeiros e, para evitá-los, é preciso preparar as plantas para passar este período.
As estações mais frias podem prejudicar as plantas, provocando uma situação de estresse e, como consequência, a proteína deixa de ser utilizada em processos vitais. O engenheiro agrônomo e coordenador de vendas da Plant Defender, José Renato Melare, explica que toda planta, para se proteger do dano causado por uma condição de estresse, gasta energia, ativa mecanismos de defesa e produz substâncias que têm por função minimizar as condições de estresse. “Nesse contexto, devemos preparar as plantas antes de surgirem os efeitos desse estresse. Ou seja, fornecer a ela compostos que irão contribuir para um menor gasto energético para produção dos elementos de proteção”, completa.
Ainda de acordo com o especialista, as plantas em condições de estresse optam para preservação da capacidade vegetativa em detrimento da reprodutiva, exigindo um gasto energético ainda maior. Por isso, o agricultor deve ter preocupação de manter o fornecimento constante de nutrientes, principalmente aminoácidos, que proporcionam à planta maior tolerância às condições adversas e para que o sistema de defesa se mantenha em alerta. “De nada adianta o fornecimento de nutrientes após a condição de estresse, já que o processo ocorre internamente e antes da expressão dos sintomas”, alerta.
Outro fator com o qual os agricultores devem se preocupar nos próximos meses é a estiagem, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, onde ocorre com maior frequência. As secas acontecem sem que nenhuma outra condição climática as anuncie e só se tornam perceptíveis quando as consequências já estão visíveis. Suas causas são bem variadas, podendo ser desde a ocorrência natural devido às temperaturas mais baixas, à influência de uma massa de ar frio ou ainda pela estrutura geográfica de um determinado local em função das estações do ano.
Prevenção contra estresses abióticos
Os estresses abióticos nem sempre são facilmente previstos ou detectados, principalmente se estiverem em fase inicial. Por isso, é importante que as plantas sejam devidamente preparadas para enfrentar períodos críticos de frio e seca, pois, assim, sofrerão menos com os efeitos do estresse e terão o potencial de se recuperar mais rapidamente, amenizando as perdas na produtividade.
No mercado já existem diversos produtos que auxiliam na prevenção de estresses abióticos. Para os térmicos, por exemplo, devem ser usados aqueles ricos em aminoácidos, que proporcionam à planta condições de suportarem temperaturas adversas. Desde que aplicados previamente, promovem menor gasto energético, fazendo com que a mesma utilize outras funções durante a fase de desconforto térmico.
Já para os estresses hídricos, seja pelo excesso ou falta de chuva, são recomendados fertilizantes que atuam diretamente na estruturação do solo, especificamente na porosidade. Eles aumentam a capacidade do solo de reter água e disponibilizá-la para a planta. Também é preciso usar produtos que tenham ação forte no enraizamento, que aumentem a área de exploração do solo pela planta, que pode buscar por água e nutrientes.
Segundo José Renato Melare, também existem soluções para reparar os danos sofridos em situações extremas. Elas atuam na recuperação em período de pós estresse, proporcionando uma reorganização em seus processos metabólicos e, consequentemente, a recuperação mais rápida.