“Se o campo não planta, a cidade não janta. Se o campo não roça, a cidade não almoça”, diz o velho ditado. É a força do trabalhador rural que abastece as nossas mesas. É também no trabalho no campo que está grande parte da geração de renda no país. Segundo os dados mais recentes, do Censo Agropecuário de 2017, feito pelo IBGE, em Minas Gerais mais de 606 mil pessoas trabalham em 161.469 estabelecimentos rurais. No país, são mais de 5 milhões de empregados em quase 1,2 milhão de estabelecimentos rurais.
Para garantir melhor renda para esses trabalhadores, grande parte empregada na agricultura familiar, a Assistência Técnica e Extensão Rural é essencial. De acordo com o censo anterior, os agricultores familiares que recebem assistência técnica e extensão rural têm renda média de R$ 2.139, ao passo que os que não contam com esse apoio têm renda média de apenas R$ 700, isso representa uma diferença de até três vezes mais.
Por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural os produtores rurais têm acesso a informações, políticas públicas, tecnologias e uma série de ações que qualificam o trabalho e os produtos do campo, garantindo mais renda para quem produz e alimentos saudáveis para quem consome.
Em Minas Gerais, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) atende, anualmente, cerca de 400 mil produtores rurais. Trabalho que impacta vidas, como da agricultora Salete Gomes Pereira, de 48 anos, mãe de oito filhos, moradora do Assentamento Monte Cristo, no município de Malacacheta, no Vale do Mucuri. Há 16 anos ela recebe assistência da empresa pública, que vai além da orientação para o cultivo eficiente e sustentável de suas hortaliças, mas também para ampliar mercado e, consequentemente, a sua renda e de toda família.
Com assistência da Emater-MG, a agricultora passou a vender sua produção por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que repassa os alimentos para as escolas do município. Também comercializa na feira livre de mulheres e no mercado municipal. Com auxílio dos técnicos da empresa, Salete também qualificou sua produção, com a construção de uma estufa para proteger as hortaliças. A melhoria foi possível com recursos de uma outra política pública, o programa Brasil Sem Miséria. A renda com a produção de hortaliças já possibilitou a compra do próprio carro, que a agricultora usa para entrega das mercadorias. “A Emater é importante porque me possibilitou o acesso a esses programas”, reconhece.
A estufa tem ajudado a proteger as plantas de chuvas e pragas e ainda possibilitou a economia de água, porque evita a evaporação da umidade da terra. “Num clima de semiárido, como está se tornando Malacacheta, isso é bem importante”, explica o técnico local da Emater-MG, Rogério Teixeira Lages.
Também em Malacacheta, o meeiro Aguinaldo Gomes de Souza produz alimentos diversos, em uma área de 5,75 hectares. Com assistência da Emater-MG, Aguinaldo diversificou a produção e hoje cultiva hortaliças, banana, acerola, laranja, fruta-pão e pitanga, além de ter criação de peixes (tilápias e tambaqui), galinhas caipiras e vacas leiteiras, que rendem leite suficiente para a produção de doces, mais um item para incrementar a renda da família. Toda a produção é comercializada através do Pnae. Com novos projetos, Aguinaldo trilha o próprio caminho, com uma certeza: “Sempre que eu precisar, os técnicos da Emater-MG vêm aqui”.