Principal feira de agronegócio do hemisfério Sul completa 25 anos em meio ao bom momento que o setor segue vivendo.
A edição de 2019 da Agrishow registrou uma alta na realização de negócios entre expositores e compradores de cerca de 6,4% em relação ao ano passado, o que representa um volume de R$ 2,9 bilhões. Por segmento, a intenção de compra de máqui-nas foi de +5% em grãos, frutas e café, +4% em pecuária, +35% em irrigação e redução de 13% em armazenagem. Em termos de visitação, o evento recebeu um total de 159 mil pessoas, em sua maioria, compradores e produtores rurais de pequeno, médio e grande porte, provenientes de todas as regi-ões do País e também do exterior. “Em seu aniversário de 25 anos, a feira fortaleceu, ainda mais sua reputação de importante evento do agronegócio mundial”, diz Francisco Matturro, presidente da Agrishow. Segundo ele, neste ano, esteve em destaque a conectividade e a tecnologia como aliadas para aumentar a produtividade e eficiência no campo e a incorporação de importantes segmentos da cadeia produtiva, como a área de insumos.
Presente desde a segunda edição, para o Bradesco, participar de mais um ano foi especial, pois levou ao parque de exposição uma equipe de 150 pessoas, além de um volume de recursos grande para atender o produtor. “Também trouxemos as startups do inovaBra aqui para o estande, juntamente das linhas socioambientais, voltadas principalmente para energia renovável, como a energia solar”, declara o superintendente de agronegócio do banco, Rui Pereira Rosa. Segundo o executivo, entre um cafezinho e outro durante as conversas, ficou claro que a instituição agiu mais uma vez de forma correta ao apresentar este amplo portfólio de ferramentas. “Na feira oferecemos aquilo que de fato o homem do campo necessita”.
Aproveitando outro ano de sucesso do evento, a Stihl levou toda linha de bateria, e lançou o cortador de grama RMA 460, que vem tanto para o mercado de jardinagem, quanto para o agropecuário. Para Paulo Jorge Bazo, gerente de vendas sudeste da companhia, a empresa aproveitou que o evento é uma vitrine importante, onde é preciso marcar uma presença forte, com várias ferramentas à disposição do público, além de concessionários preparados para atender as demandas. “A Agrishow é o lugar certo para mostrar o que temos de melhor e apresentar as novidades, como nossa nova campanha sobre motosserras, por exemplo”, diz.
Levar a conectividade ao campo e analisar os dados gerados pelas máquinas são passos fundamentais para aumentar a produtividade da lavoura. Dessa maneira, soluções digitais e integradas são desejadas e bem-vindas pelo homem do campo. E como novidade para este mercado, surge o Conectar Agro, resultado de um trabalho feito a várias mãos, não só com empresas fornecedoras de telefonia celular, como é o caso da Nokia e da Tim, mas também entre empresas da área de máquinas agrícolas, onde juntas buscam criar uma realidade no que se refere à conexão no campo. “Dessa forma, escolhemos a tecnologia 4G a 700 mhz, com a melhor relação entre distância, capacidade de cobertura e a capacidade de transmissão de dados. Entendemos isso como sendo a solução para a conectividade rural”, diz Silvio Campos, diretor de marketing de produto da Case IH, uma das companhias que fazem parte do projeto.
Este movimento tem como um dos principais objetivos conseguir pegar os dados que estão nas máquinas e trazer para uma interface próxima do usuário. Dados estes que já são gerados a bastante tempo, seja sobre rotação, pressão do motor, entre outros. “Estas informações ficavam presas na máquina e agora o que propomos é transmiti-las através da conectividade para uma tela, de maneira que o produtor já receba tudo de forma limpa e fácil de compreender, bastando apenas tomar as decisões para melhorar a produção”, declara.
Conhecida no mundo todo em diversos setores, a Bosch também está no agro, e mergulha de cabeça quando o assunto é trazer tecnologia e mais segurança para o campo. “Poucos conhecem nossas soluções para o agro brasileiro. Procuramos trazer conectividade e internet das coisas, com nossa capacidade de desenvolver sensores, softwares e serviços para ganho de produtividade e redução de custos operacionais, além do aumento na segurança dos profissionais que atuam nas fazendas”, comenta Carlos Abdalla, gerente de marketing e comunicação corporativa da empresa.
Entre estas soluções para o agro, o gerente destaca que para a pecuária há algo para o aumento da capacidade de gestão do gado pelo pecuarista, com sistema de pesagem e coleta de dados em tempo real, onde ele poderá trabalhar o monitoramento permanente do rebanho. “Já para a agricultura temos sistemas inteligentes de plantio para evitar sobreposição ou perdas de sementes, além de aplicação de herbicidas nas áreas corretas, sem ocorrer o desperdício”. Segundo Abdalla, o objetivo é trazer ganhos para o produtor, e não onerá-lo, por isso entendem que a aplicação destas tecnologias permitirá que os benefícios gerados tragam lucros e pague o investimento realizado por parte do produtor.
Potentes e necessárias
Um dos principais setores da feira, as empresas de máquinas agrícolas além de embarcar tecnologia ao portfólio, também oferecem a manutenção dos produtos, o que ajuda a manter a frota do produtor sempre ativa. Dessa maneira, Eduardo Nunes, diretor comercial da Massey Ferguson, diz que este processo começa com a garantia oferecida, além de toda cobertura de eventuais ocorrências que podem acontecer, o que gera segurança, dado o nível de investimento. “Também temos a preocupação no fornecimento de peças no momento certo, e então investimos no centro de distribuição para melhorar o nível deste serviço, além do treinamento constante das concessionárias”, declara. Segundo ele, hoje se consegue fazer um plano pré-determinado antes e ao final da safra, o que reduz consideravelmente custos para o cliente. “Além disso, o concessionário também consegue garantir um preço de revisão e de peça menor. Esperamos assim mostrar otimização no trabalho, para poder ajudar o agricultor a reduzir o tempo com maquinário parado na propriedade”, diz.
Além das máquinas e dos implementos agrícolas, o produtor precisa também de veículos fortes e inteligentes que o auxiliem no trabalho duro do dia a dia do campo. Para isso, versões robustas de marcas já consagradas surgem a cada dia no mercado nacional. Marcus Pires, gerente de produto da Nissan, comenta que os clientes têm buscado carros que sejam resistentes, pois passará por situações onde não terá uma estrada pavimentada, por exemplo, e aí a picape se torna importante, assim como no auxílio de carregar cargas. “Hoje no Brasil o grande forte é a versão diesel com tração 4×4 e câmbio automático. Em cima disso, a nossa estratégia é se manter forte e ativa, lançando produtos, para aumentar a abrangência e participação de mercado”, declara.
Seguindo a mesma linha de pensamento, Mike Aquino, responsável de marketing comercial da Fiat, declara que a companhia entende que colocar um motor diesel e tração 4×4 é realmente necessário, pois o produtor por vezes precisará utilizar o veículo em situação de off road extremo. “Isso pode acontecer devido a uma chuva forte que caiu na fazenda e criou lama, ou então porque ele tem que fazer um carregamento mais pesado. Assim, essas características das picapes ajudarão o produtor e facilitar sua produção”.
Atenção ao crédito rural
A busca por crédito rural tem aumentado a cada vez mais, e para estar em condições de atender tal expansão os bancos rurais estão de olhos atentos a tudo o que acontece no mercado. Silas Souza, gerente de crédito direcionado do Sicredi comenta que a instituição apoia toda iniciativa que visa fortalecer o desenvolvimento do País, e por isso está preparada para atender os associados, suas demandas e fazer a transformação que ele necessita.
“É interessante falar que o crédito rural não é balizado apenas pelas linhas oficiais do governo. Além delas, o crédito também é feito com outras fontes de recurso, como a poupança rural e os recursos próprios das cooperativas”, diz. Dessa forma, o gerente comenta que o banco está a espera de projetos de investimentos dos associados, para realizar as análises e trabalhar junto deles.
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