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Brasil e China devem tratar de certificados de produtos florestais

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) reuniu-se em Pequim, com empresários chineses e brasileiros do setor de florestas plantadas e celulose. No encontro, os representantes da China solicitaram a uniformização dos certificados fitossanitários para o comércio dos produtos.

Tereza Cristina sugeriu aos chineses, maiores importadores mundiais de celulose, que as conversas sobre o tema ocorram durante reunião do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul), que será realizada no Brasil, em novembro deste ano.

A ministra destacou alto uso de tecnologia no setor, que tem crescido dentro da economia brasileira, e a busca por ampliar os negócios com a China. “É um setor que teve um desenvolvimento pujante nos últimos anos, extremamente organizado. Eu me orgulho muito de ser de um estado que resolveu parte dos seus problemas quando trouxe essa atividade florestal como uma das principais, o Mato Grosso do Sul”, disse.

Atualmente, o Brasil tem 10 milhões de hectares de árvores plantadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Área que corresponde a 1% do território nacional, mas é responsável por 91% de toda a madeira para fins industriais. Desse total, 5,8 milhões de hectares têm algum tipo de certificação florestal, com indicadores reconhecidos internacionalmente que garantem sustentabilidade dos produtos, conforme dados do ministério.

As florestas plantadas estão localizadas principalmente em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o diretor Jurídico e de Relações Institucionais da Suzano, Pablo Machado, as exportações do setor chegam a US$ 12,5 bilhões. A China, conforme o executivo, respondeu por 42,7% das vendas no ano passado e 40%, em 2017. “Brasil é um parceiro confiável e tem capacidade de ofertar mais celulose à China. Gostaríamos de continuar e ampliar em longo prazo essas parcerias”. Suzano lidera o segmento de celulose de eucalipto no Brasil.

Em 2017, o setor respondeu por 5% das exportações brasileiras e 10% das exportações do agronegócio. A produção florestal ocupa o quarto lugar, ficando atrás apenas da soja, das carnes e do setor sucroalcooleiro.

Já José Carlos da Fonseca Junior, diretor de Relações Institucionais da Ibá, propôs que áreas degradadas no Brasil sejam usadas para florestas plantadas, o que renderia mais de US$ 6 bilhões de investimentos nos próximos anos. “Brasil pode expandir as capacidades e suprir as necessidades crescentes da China”. Segundo os produtores, o país lidera o ranking global de produtividade florestal, com uma média de 35,7 m³/ha/ano para o plantio de eucalipto e 30,5 m³/ha/ano para pinus, o que representa quase duas vezes mais a produtividade dos países do Hemisfério Norte.

No ano passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas – PlantarFlorestas, que prevê aumentar em 2 milhões de hectares a área de cultivos comerciais até 2030.

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