Esta terça-feira, dia 7 de maio, marca o aniversário de dez anos da criação da Embrapa Agrossilvipastoril, unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Nesta década, a empresa se estruturou em Sinop (MT) e contribuiu para a geração de informações importantes para o setor produtivo, para a difusão do conhecimento, para a formação de profissionais e também ajudou a movimentar a economia local.
Nos três primeiros anos, o foco foi no estabelecimento e construção do centro de pesquisa. Sempre em parceria com os governos estadual e municipal, foi definida a área de instalação e foi construída a estrutura física da sede, dos campos experimentais e da vitrine tecnológica. A inauguração do centro de pesquisa foi em 7 de julho de 2012. Obras complementares foram sendo desenvolvidas ao longo dos anos e hoje já são mais de 14 mil m² de área construída. O total de investimento feito nesse período supera os R$ 55 milhões, sendo R$ 25 milhões com aquisição de equipamentos de laboratório, maquinário e veículos.
A equipe foi montada com profissionais altamente qualificados aprovados nos últimos concursos públicos da empresa. Muitos deles jovens e que acabavam de concluir seus cursos de doutorado.
Concebida como uma Unidade hub, a Embrapa Agrossilvipastoril recebeu pesquisadores de outras sete Unidades da empresa, que desenvolveram suas pesquisas em Mato Grosso em áreas como feijão-caupi, arroz, soja, milho, sorgo, algodão, florestas e informática na agropecuária.
O quadro profissional chegou a contar com 110 empregados. Atualmente, com ausência de um novo concurso, sofreu uma redução para 89 pessoas, dos quais 35 são pesquisadores.
Essa equipe vem contribuindo para a geração de conhecimento para o setor produtivo mato-grossense, principalmente para os sistemas de produção agropecuária.
Contribuições técnicas
Dentre as contribuições da Embrapa Agrossilvipastoril nesses dez anos destacam-se:
- Balanceamento de rações para peixes nativos da bacia amazônica.
- Capacitação de técnicos em cadeias produtivas de importância para o estado.
- Contribuições para desenvolvimento de políticas públicas nas áreas de agricultura de baixo carbono, regularização ambiental, agroenergia, recursos hídricos, indicadores de sustentabilidade agrícolas, entre outros.
- Desenvolvimento de consórcios forrageiros.
- Manejo de castanheira-do-brasil.
- Manejo de resistência de pragas, plantas daninhas e doenças.
- Recomendação de adubação para espécies florestais nativas.
- Recomendações de cultivares de soja, arroz, feijão-caupi, milho, maracujá e espécies forrageiras para Mato Grosso, sob coordenação das Unidades de produto.
- Recomendações técnicas para sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
- Recomendações técnicas sobre métodos para recomposição de reserva legal.
- Validação de cultivares de capim resistentes à síndrome da morte da braquiária.
- Validação do zoneamento de risco climático para culturas como soja, milho, algodão, arroz e feijão-caupi.
O aumento na adoção de sistemas integrados de produção agropecuária em Mato Grosso também é um legado do trabalho da Embrapa Agrossilvipastoril. De acordo com pesquisa encomendada pela Associação Rede ILPF, nesses dez anos, o percentual de propriedades que adotam alguma estratégia de ILPF no estado passou de menos de cinco para cerca de 20% e a área com esses sistemas já chega a 2 milhões de hectares. Esse número faz do estado o segundo com maior adoção, atrás apenas de Mato Grosso do Sul.
Eventos técnicos, como capacitações e dias de campo contribuíram para esse avanço. Destaque para o “Dia de campo sobre sistemas integrados de produção agropecuária”, realizado anualmente na vitrine tecnológica da Embrapa Agrossilvipastoril.
Atuação em todo estado
A proximidade da Embrapa Agrossilvipastoril com o setor produtivo possibilitou a instalação e condução de Unidades de Referência Tecnológica (URTs) e ensaios de pesquisa em fazendas. Acompanhadas pela equipe da Embrapa Agrossilvipastoril, estas ações também ajudaram a dar visibilidade às tecnologias para sistemas de produção e aos seus benefícios. Espalhadas por todos os biomas mato-grossenses, essas URTs são exemplo da atuação da Embrapa em todo o estado. Embora esteja sediada em Sinop, a Unidade desenvolve ações de pesquisa e de transferência de tecnologia em 49 municípios de todas as regiões do estado.
Ao todo, nesses dez anos, a equipe da Embrapa Agrossilvipastoril liderou mais de 60 projetos de pesquisa, transferência de tecnologia e comunicação. Centenas de planos de ação e de atividades em projetos liderados por outras Unidades da Embrapa também foram executados pela equipe lotada em Sinop.
Formação de profissionais
Outra importante contribuição da Embrapa para o estado de Mato Grosso é a formação de profissionais. Centenas de agentes de extensão rural e assistência técnica oriundos da Empaer, secretarias municipais, Senar-MT, cooperativas, associações e também da iniciativa privada foram capacitados.
Além disso, nesses dez anos 775 estudantes passaram pela Embrapa Agrossilvipastoril como estagiários de graduação ou como bolsistas em programas de mestrado e doutorado. Outros 3 mil alunos utilizaram a base experimental em visitas técnicas e aulas práticas.
Parcerias
Todo esse trabalho só foi possível graças às parcerias estabelecidas com universidades públicas e privadas, instituições de pesquisa, associações de produtores, cooperativas, sindicatos rurais, organizações não-governamentais, prefeituras municipais, governo estadual e empresas da iniciativa privada.
Futuro
Ao chegar aos dez anos de idade, a Embrapa Agrossilvipastoril começa a assumir sua maturidade, dando continuidade a projetos de pesquisa de longa duração e avançando em outras pesquisas. Novos resultados são obtidos cada vez com maior velocidade, uma vez que o acúmulo de dados coletados permite conclusões com o rigor metodológico exigido pela ciência.
A consolidação de parcerias permite a continuidade de ações mesmo diante de dificuldades orçamentárias e de pessoal. A proximidade com o setor produtivo permite ainda a adequação do planejamento de modo a manter o foco no atendimento às demandas do estado, sempre visando contribuir para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para sistemas integrados de produção agropecuária.