Na busca por não ser mais tão dependente dos Estados Unidos (EUA), os olhos do México estão voltados para outros parceiros comerciais e, no agronegócio, o destaque é para o Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), nos últimos anos os mexicanos têm mostrado interesse nos produtos brasileiros e vêm buscando formas de incrementar o comércio. Somente em 2017, por exemplo, o país importou 567 mil toneladas de milho brasileiro. Para levantar dados de produção, demandas e oportunidades deste mercado, a equipe da Expedição Safra visita o país entre os dias 05 e 13 de maio, em um roteiro extraordinário.
De acordo com o jornalista do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo da Expedição Safra, Marcos Tosi, não é apenas a questão comercial que tem despertado o interesse dos mexicanos pelo milho brasileiro, mas também a qualidade. “Quando eles exportaram o nosso milho, em 2017, gostaram muito da qualidade. O milho que eles compram dos EUA para ração animal é o branco, mais mole e que, devido ao período de estocagem e à movimentação nos terminais graneleiros, acaba sofrendo com perda de qualidade. O milho brasileiro é o amarelo e tem chegado em perfeito estado lá, o que agrada muito aos mexicanos”, explica Tosi.
O México também é produtor do grão, mas só tem autossuficiência na produção de milho branco para consumo humano. Todo ano precisa importar mais de 15 milhões de toneladas para uso na alimentação animal: gado, frangos e suínos. “Levando em consideração a qualidade do produto, o Brasil sai na frente. Se conseguirmos nos manter também competitivos no preço, as chances da demanda aumentar são muitas”, ressalta Tosi.
Soja
Sendo o terceiro maior item da pauta agropecuária, a soja também é um grão muito importante para os mexicanos. Nos últimos dois anos, a receita de exportação de soja brasileira por parte do México saltou de R$ 46 milhões para R$ 134 milhões, conforme informações da Expedição Safra. Os técnicos e jornalistas pretendem acompanhar e entender melhor esta questão durante seu roteiro mexicano. “A soja é um capítulo a parte e vamos conferir esse desempenho durante nossa viagem”, ressalta Tosi.
Outras oportunidades
Além do milho e da soja, o México deve aumentar o embarque de carne de frango. Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em janeiro, os embarques desta proteína para os mexicanos tiveramum aumento de 30%. Isso se deve também ao credenciamento de 26 novos frigoríficos brasileiros que ocorreu no fim do ano passado. No total, atualmente, são 46 abatedouros autorizados a exportar frango para este país. “Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, existem planos de aumentar ainda mais a exportação de frango, carne suína e ovos para o México”, complementa Marcos Tosi.