A Embrapa/Gado de corte está desenvolvendo uma bateria de testes para definir o melhor padrão de idade e peso de abate do “vitelo” pantaneiro, um produto regional, que deverá ser lançado em breve reforçando a referência ao sistema de produção típica do Pantanal: ecologicamente correto. O primeiro abate aconteceu no final de fevereiro, com seis bezerros da raça Nelore, oriundos de duas propriedades diferentes, com idades entre oito e dez meses. “A diferença básica desses produtos é que saem da desmama diretamente para o abate”, explica o pesquisador da Embrapa/Gado de Corte, Gelson Dias Feijó.
Esse trabalho nasceu há cerca de um ano e meio, quando foram abatidos alguns bezerros de sete meses, num experimento sobre desenvolvimento corporal. Na ocasião, identificou-se a possibilidade de estudar o valor comercial da carne desses animais. Ao contrário da tradicional carne de vitelo (bezerro em fase de amamentação), que é despigmentada e de aparência rosada, pela deficiência de ferro, a Embrapa Gado de Corte passou a cogitar e estudo de impacto comercial da carne do chamado “vitelão”, um animal um pouco mais velho, que não depende exclusivamente do leitão materno na alimentação, o que proporciona maior coloração á carne. Optamos por trabalhar com o animal de fundo de boiada, um problema da pecuária de corte, e com bezerros machos da pecuária leite para a produção do vitelão”, esclarece Feijó.
Até então, o Pantanal era caracterizado pelo sistema de cria, no qual os bezerros eram posteriormente explorados no Planalto. Com o “vitelo” pantaneiro, a região ganha a valorização e comercialização de um produto final. A Embrapa ainda está definindo padrões de característica de carcaça e carne do novo produto. As primeiras análises irão detalhar aspectos de peso, acabamento, cor, sabor, odor e maciez. Até o uso do nome “vitelo” é experimental, uma vez que a carne é, na verdade, proveniente de animais que não se enquadrariam na classificação de “vitelo”. “É um nome fantasia”, ressalta Feijó.