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Sistema sustentável transforma dejetos animais em energia e fertilizante

Em um momento de evolução das tecnologias para evitar e amenizar eventuais agressões ao meio ambiente, o incentivo ao uso de biodigestores no meio rural tem recebido o apoio e atenção dos órgãos do meio rural mineiro. É o que vem fazendo, por exemplo, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) nos municípios de São Sebastião do Maranhão, José Raydan e mais recentemente, Santa Maria do Suaçuí. Todos localizados no Alto Suaçuí, Vale do Rio Doce. A iniciativa iniciada em 2016 tem sido incrementada pelos técnicos da Emater-MG.

 

Na região, a empresa pública de extensão rural já orientou a construção de 12 biodigestores, em propriedades da agricultura familiar, utilizando materiais recicláveis e mais baratos, tais como areia e cimento, telas de viveiro de passarinho, tubos de PVC e galões de água mineral, entre outros.

 

“É um equipamento relativamente simples, que possibilita a utilização de alguns resíduos, na produção de gás e biofertilizantes. É feito basicamente, de materiais de custo acessível à pequena propriedade e tem a vantagem de ser de uso sustentável”, explica o técnico agropecuário da Emater-MG, Geraldo Majela Coimbra.

 

Segundo Majela, como se trata de uma região onde predomina a agricultura familiar, voltada para a pecuária leiteira, o projeto tem potencial para facilitar a vida de quem vive no campo e retira dele o seu sustento, já que tem a matéria-prima necessária para gerar energia e fertirrigação. Como se sabe, o esterco bovino e outros dejetos das criações de animais são os combustíveis para fazer o biodigestor produzir gás metano, a ser convertido em energia, além de biofertilizante para as lavouras agroecológicas.

 

Os biodigestores são reatores químicos onde ocorrem reações anaeróbicas, ou seja, sem a presença de oxigênio. O sistema é composto de uma câmara escura que armazena por meses a matéria orgânica, como esterco bovino e suíno, por exemplo. A reação forma o gás que pode abastecer a propriedade e o resíduo final que vira adubo para ser utilizado na agricultura.

 

O técnico Geraldo Majela exemplifica que o custo do empreendimento varia de R$ 700,00, utilizando materiais mais modestos até R$ 4 mil, com material mais oneroso, mas o resultado pode ser semelhante. ” O gasto vai depender de na família ter mão de obra especializada, como pedreiro. A eficiência na produção é a mesma. O que pode variar é o tamanho do reservatório de gás, que será de acordo com a necessidade da propriedade”, disse.

 

A Emater-MG atende em São Sebastião do Maranhão e José Raydan cerca de 450 agricultores familiares. A pecuária leiteira é a principal atividade e fonte de renda no meio rural dos dois municípios. A produção agropecuária ainda vive desafios nas áreas de organização e comercialização, segundo o técnico agropecuário da Emater-MG. Defensor de políticas públicas direcionadas à sustentabilidade das ocupações rurais, Geraldo Majela informa que, do total de biodigestores instalados, com a orientação da empresa mineira, três deles foram com recursos do programa federal Brasil Sem Miséria.

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