Os embarques brasileiros totais de suco de laranja concentrado, congelado, equivalente a 66º brix (FCOJ equivalente) registraram queda de 13% nos nove primeiros meses da safra 2018/2019 (julho de 2018 a março de 2019) se comparado ao mesmo período da safra anterior. Ao todo foram exportadas 741.042 toneladas de FCOJ Equivalente, ante às 855.822 toneladas do período anterior.
Os volumes exportados nesta temporada somaram US$ 1,3 bilhão, queda de 12% em relação aos US$ 1,5 bilhão obtidos nos 9 meses da safra 2017/2018. “A tendência de redução tem se mantido em consonância com os fundamentos do mercado”, diz o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, CitrusBR, Ibiapaba Netto.
A União Europeia continua a ser o destino mais importante das exportações brasileiras de suco de laranja, mas a queda foi de 7%. De julho do ano passado até março, foram embarcadas 478.098 toneladas ante as 512.909 toneladas do período anterior. O faturamento caiu 4%, somando US$ 889,2 milhões ante US$ 929,5 milhões.
Para os Estados Unidos, as exportações de suco de laranja brasileiro, nos últimos 9 meses, totalizaram 167.831 toneladas, o que indica a queda de 26% em relação às 227 226.635 toneladas embarcadas na safra 2017/18. Já o faturamento totalizou US$ 296,6 milhões, decréscimo de 27% perante o total obtido no mesmo período da safra passada, que atingiu US$ 404,1 milhões. ”
As exportações de suco de laranja para a China somaram no período, 25.158 toneladas, queda de 4% em relação às 26.124 toneladas embarcadas nos nove primeiros meses do período anterior. O faturamento com estes volumes movimentou US$ 51,5 milhões, 1% menos que no período anterior, quando os embarques somaram US$ 52 milhões. “A China tem um grande potencial e o consumo interno aumento quase 200% nos últimos 15 anos”, diz Netto. “Temos grandes esperanças que as negociações lideradas pelo Ministério da Agricultura em relação a condições de acesso melhorem nossa competitividade e possamos crescer naquele mercado”, completa.
Só concentrado
Nos nove primeiros meses da safra 2018/2019, para todos os destinos, os embarques de suco de laranja concentrado congelado (FCOJ) totalizaram 524.018 toneladas, uma queda de 19% em relação às 650.278 toneladas exportadas no mesmo período da safra 2017/2018. O faturamento somou US$ 980,3 milhões, 17% menos que nos nove meses da safra 2017/2018, quando a movimentação financeira foi de US$ 1,1 bilhão.
A União Europeia importou 350.648 toneladas de FCOJ, 11% abaixo das importações do mesmo período da safra passada, que somaram 393.651 toneladas. O faturamento com as exportações brasileiras para o bloco somou US$ 655,1 milhões, 8% menos que os US$ 709,2 milhões.
Para os Estados Unidos as exportações de FCOJ caíram 44%, somando 78.264 toneladas. Nos nove meses da safra passada, as indústrias brasileiras haviam exportado 141 mil toneladas, impulsionadas pelo pelos efeitos do furacão Irma. O faturamento também caiu 44% e somou US$ 135,7 milhões ante US$ 240,8 milhões do período anterior.
Diluição natural
Em tendência contrária ao FCOJ, os embarques de NFC (suco não-concentrado, equivalente a 66º brix, para fins estatísticos) continuam em alta. Entre julho de 2018 e março de 2019, as exportações desse produto aumentaram 6%, saindo das 205.544 toneladas em 2017/2018 para 217.054 toneladas nos primeiros nove meses da safra corrente. “O NFC é um produto mais nobre e que caiu no gosto do consumidor e isso é muito bom”, explica Netto. O faturamento com o NFC cresceu 3% e somou US$ 395,2 milhões. No mesmo período da safra anterior, esse valor era de US$ 384,3 milhões.
Para a União Europeia, as exportações de NFC, nos nove meses da safra 2018/2019, totalizaram 127.450 toneladas, 7% a mais que as 119.258) toneladas embarcadas no mesmo período da safra passada. O faturamento foi de US$ 234,1 milhões, 6% acima dos US$ 220,3 milhões obtidos no período julho de 2017 a março de 2018.
As exportações de NFC para os Estados Unidos nos nove meses da safra 2018/2019 aumentaram 4% com 89.567 toneladas, ante 85.912 toneladas no período anterior. O faturamento, porém, registrou uma queda de 1%, com US$ 160,9 milhões ante os US$ 163,2 milhões da safra passada. “Isso confirma essa tendência, são números muito positivos, o problema é que a base do NFC, quando comparada ao FCOJ é muito menor, mas ainda assim é um mercado que cresce”, finalizou Netto.